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Mujica assume responsabilidade por liquidação da Pluna

A Pluna ficou nas mãos do governo em junho de 2012, após a saída da privada LeadGate, que detinha 75% da companhia

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h38.

Montevidéu - O presidente uruguaio, José Mujica, assumiu nesta quinta-feira a responsabilidade pela forma como foi liquidada em 2012 a companhia aérea do país, Pluna, um processo atualmente investigado pela justiça e que custou a renúncia do ex-ministro da Economia Fernando Lorenzo.

"Sou responsável por esta estratégia que fracassou e a assumo", disse Mujica na posse do novo titular da pasta, Mario Bergara, que presidia o Banco Central (BCU).

A Pluna ficou nas mãos do governo em junho de 2012, após a saída da privada LeadGate, que detinha 75% da companhia.

Mas a empresa aérea quebrou menos de um mês depois, após suspender todos os seus voos porque sua situação financeira tornava as operações "impossíveis".

Mediante uma rápida lei questionada pela oposição, o governo acelerou o processo de liquidação da empresa, regulando a venda de seus ativos, entre eles aviões adquiridos com a garantia do Estado.

Mas o leilão dos aviões fracassou depois que a empresa espanhola Cosmo Linhas Aéreas adquiriu o boleto de compra das aeronaves, mas dias depois se difundiu que não podia assumir o compromisso por falta de capital suficiente.

Por este leilão fracassado, o promotor Juan Gómez pediu no sábado para acionar o demissionário ministro da Economia Fernando Lorenzo por abuso de poder e o presidente do Banco da República, Fernando Calloia, que deu o aval financeiro à Cosmo.

Além disso, recentemente, a lei de liquidação da Pluna foi considerada inconstitucional pela Suprema Corte de Justiça.

"Quando ocorreu, pensávamos que a conectividade era um problema gravíssimo para o Uruguai e na verdade se resolveu", afirmou o presidente.


"Se tivéssemos deixado que tudo tivesse caído e a empresa tivesse afundado, teria sido mais fácil porque era uma empresa que quebrava e ponto final. Quisemos salvar e ser apressados e erramos", acrescentou.

Na época do fechamento, a Pluna operava 253 voos semanais entre Brasil, Argentina, Chile e Paraguai.

Um ano e meio depois da quebra, a maior parte dos voos foi retomada por outras companhias, mas o Estado continua sendo encarregado da manutenção dos sete aviões Bombardier CRJ900 da companhia e o projeto promovido por Mujica de uma companhia aérea administrada por ex-funcionários da Pluna ainda está no papel.

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