Repórter
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 19h45.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou nesta terça-feira a possibilidade de incursão terrestre das forças militares dos Estados Unidos na Venezuela. Ele também reafirmou sua disposição de atuar como mediador no conflito entre os dois países.
A manifestação do presidente brasileiro ocorre em meio a uma intensa mobilização militar no Caribe, liderada pelo presidente americano, Donald Trump, com uma série de operações contra supostos narcoterroristas, que já resultaram em dezenas de mortes.
A declaração ocorreu em coletiva de imprensa, durante sua passagem por Belém (PA), às vésperas da COP30. "Não quero que a gente chegue a uma invasão terrestre [da Venezuela por forças militares dos Estados Unidos]".
Lula também recordou o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia, em outubro, em que recomendou a ele o uso do diálogo para resolver o conflito.
"Eu disse ao presidente Trump: problema político a gente não resolve com armas. A gente resolve com diálogos", declarou Lula, que já se ofereceu para intermediar a negociação entre os dois países.
Lula também indicou que a crise no país vizinho será discutida em uma cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcada para os dias 9 e 10 de novembro, na cidade de Santa Marta, na Colômbia.
Nas últimas semanas, Trump havia declarado publicamente que os EUA iriam realizar ataques contra alvos relacionados ao narcotráfico dentro da Venezuela.
Até o momento, a campanha militar dos EUA no Caribe e no Pacífico Oriental já atingiu ao menos 14 embarcações que, segundo Washington, estariam envolvidas no tráfico de drogas, resultando na morte de 61 pessoas.
O senador Lindsey Graham, figura proeminente do Partido Republicano, afirmou recentemente que Trump lhe comunicou que o governo planejava apresentar um relatório aos parlamentares sobre as operações militares contra a Venezuela e a Colômbia assim que ele retornasse de sua viagem à Ásia.
A oposição venezuelana, organizações de direitos humanos e alguns países da América Latina acusam há muito tempo o governo de Nicolás Maduro e, especialmente, as Forças Armadas, de manter relações com o narcotráfico, particularmente nas regiões do oeste do país, próximas à fronteira com a Colômbia. O governo Maduro sempre negou essas acusações, alegando que são tentativas externas de desestabilizar seu regime.
Maduro também tem repetidamente afirmado que os Estados Unidos querem tirá-lo do poder.
(Com informações da agência da AFP)