Repórter
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 21h13.
A NASA bloqueou a participação de cidadãos chineses com vistos americanos em programas da agência. As informações são da Bloomberg.
Esse movimento ocorre enquanto os Estados Unidos aumentam a retórica contra a China, com os dois países intensificando a corrida espacial rumo à Lua.
Embora a agência espacial americana imponha restrições para contratar cidadãos chineses, os indivíduos com vistos americanos costumavam colaborar com a empresa em pesquisas como contratados, estagiários ou cientistas universitários.
No entanto, em 5 de setembro, os cidadãos chineses que trabalhavam para a NASA tiveram seu acesso aos sistemas de dados da agência bloqueado, além de serem impedidos de participar de reuniões, tanto de maneira presencial quanto virtual, segundo a Bloomberg.
Bethany Stevens, porta-voz da NASA, confirmou a medida tomada pela agência. "A NASA implementou ações internas relacionadas a cidadãos chineses, incluindo restrições de acesso físico e cibernético a nossas instalações, materiais e redes, para garantir a segurança das nossas operações", explicou Stevens.
Tanto os Estados Unidos quanto a China têm planos de enviar missões tripuladas à Lua nos próximos cinco anos. O administrador interino da NASA, Sean Duffy, desconsiderou as preocupações sobre a possibilidade de a China alcançar a Lua antes dos EUA, dizendo em um discurso recente para toda a agência: "Que se dane se isso acontecer."
"Estamos em uma segunda corrida espacial agora", afirmou Duffy durante uma transmissão ao vivo da NASA para jornalistas na quarta-feira. "Os chineses querem voltar à Lua antes de nós, mas isso não vai acontecer. Os Estados Unidos lideraram no espaço no passado e continuarão a liderar no futuro."
Essa mudança na NASA é apenas mais um capítulo de um ano conturbado para a agência, marcado por cortes orçamentários e de pessoal, além de questionamentos sobre a direção das principais missões de exploração espacial.
O senador do Texas, Ted Cruz, afirmou que os EUA devem garantir que "sejam os Estados Unidos, e não a China, a definirem as regras do espaço".
Cruz comentou durante a cúpula aeroespacial da Câmara de Comércio dos EUA, na quarta-feira, que o financiamento direcionado à NASA para o Sistema de Lançamento Espacial da Boeing e à cápsula Orion da Lockheed Martin, no recente pacote de reconciliação, é crucial para "garantir que astronautas americanos, e não chineses, retornem à Lua e estruturem o caminho para Marte".
No governo de Donald Trump ocorreram cortes na pesquisa climática, incluindo uma proposta para desativar dois satélites usados para monitorar os níveis de dióxido de carbono - isso em meio a grandes reduções no programa científico da NASA como um todo.