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Naufrágio de bilionários: falha de engenharia causou acidente com submarino da OceanGate

Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA revela falhas de engenharia e falta de monitoramento no submersível Titan

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 16 de outubro de 2025 às 10h52.

Falhas de engenharia e testes inadequados contribuíram para a implosão catastrófica do submersível Titan em 2023, apontou, nesta quarta-feira, 15, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) dos Estados Unidos.

O relatório foi divulgado após uma investigação de agosto da guarda-costeira americana destacar uma série de problemas relacionados com a conduta da operadora OceanGate e erros de projeto que levaram à tragédia, que causou a morte dos cinco ocupantes do submersível.

"Descobrimos que o processo de engenharia da OceanGate para o Titan foi inadequado e resultou na construção" de uma embarcação "que apresentava várias anomalias e não cumpria os requisitos necessários de resistência e durabilidade", aponta o relatório do NTSB.

"Como a OceanGate não testou adequadamente o Titan, desconhecia a resistência e durabilidade reais" da embarcação, "que, provavelmente, estavam muito abaixo da sua meta", destacou o órgão.

Monitoramento inadequado e falhas de operação

O relatório acrescenta que a OceanGate não monitorou adequadamente, em tempo real, os dados da embarcação sob pressão, "motivo pelo qual a companhia não sabia que o Titan havia sofrido danos e deveria ter sido retirado imediatamente de serviço" após uma imersão anterior.

O acidente e a busca dramática

O chefe da OceanGate, Stockton Rush, foi acompanhado na expedição para explorar os destroços do Titanic pelo explorador britânico Hamish Harding, pelo cientista francês Paul-Henri Nargeolet, pelo magnata britânico-paquistanês Shahzada Dawood e por seu filho Suleman.

A comunicação com o submersível foi cortada uma hora e meia após sua imersão, em 18 de junho de 2023, o que deu início a uma busca dramática, que atraiu atenção mundial. Os destroços foram encontrados dias depois, a cerca de 500 metros da proa do Titanic.

Repercussões legais e denúncia de negligência

Após a tragédia, a OceanGate interrompeu suas operações. No ano passado, a família de Nargeolet processou a empresa, sediada nos Estados Unidos, acusando-a de negligência grave.

Os destroços do Titanic foram encontrados em águas internacionais em 1985, a 650 km da costa canadense, a uma profundidade de 4 mil metros. Desde então, caçadores de tesouros e turistas visitam essa área.

O navio zarpou do porto inglês de Southampton em 10 de abril de 1912, para uma viagem inaugural rumo a Nova York, mas naufragou cinco dias depois, após colidir com um iceberg. Dos 2.224 passageiros e tripulantes a bordo, quase 1.500 morreram.

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