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Navio de guerra dos EUA detém dois sobreviventes de ataque a embarcação no Caribe

Ataque norte-americano a barco suspeito de tráfico deixou dois mortos; sobreviventes são mantidos sob custódia da Marinha, dizem fontes à Reuters

Vídeos divulgados por Donald Trump nas redes sociais mostram ataques a embarcações no Caribe (Reprodução/Reprodução)

Vídeos divulgados por Donald Trump nas redes sociais mostram ataques a embarcações no Caribe (Reprodução/Reprodução)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 15h32.

Última atualização em 17 de outubro de 2025 às 15h35.

O exército dos Estados Unidos está mantendo dois sobreviventes a bordo de um navio da Marinha após resgatá-los de uma embarcação suspeita de tráfico de drogas no Caribe, atingida por um ataque americano que matou outras duas pessoas. A informação foi revelada por três fontes com conhecimento do caso à Reuters.

A operação, realizada na quinta-feira, pode ter produzido os primeiros prisioneiros de guerra de um conflito declarado pelo ex-presidente Donald Trump contra o que ele chamou de “ameaça narcoterrorista” vinda da Venezuela.

O Pentágono não comentou o caso. Segundo uma das fontes, a embarcação atingida afundou parcialmente e pode ser um semissubmersível, tipo de barco semelhante a um submarino usado por traficantes para escapar da detecção.

Governo Trump diz que matou 27 pessoas no Caribe

De acordo com cinco fontes ouvidas pela Reuters, os sobreviventes foram resgatados por helicópteros militares e levados para um navio de guerra dos Estados Unidos. Até então, nenhum ataque norte-americano contra embarcações suspeitas na costa venezuelana havia deixado sobreviventes. Vídeos divulgados pela Casa Branca durante o governo Trump mostravam os barcos sendo destruídos.

A administração republicana afirmou que operações anteriores mataram 27 pessoas, o que gerou críticas de especialistas em direito internacional e parlamentares democratas, que questionaram se as ações respeitam as leis de guerra.

Operações secretas na Venezuela

Os ataques ocorrem em meio a um reforço militar dos EUA no Caribe, com destróieres lançadores de mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados mobilizados, parte do endurecimento da postura de Washington diante do governo de Nicolás Maduro.

Na quarta-feira, Trump afirmou ter autorizado a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela, o que intensificou a suspeita de que os Estados Unidos estariam tentando derrubar o presidente venezuelano.

Em carta enviada ao Conselho de Segurança da ONU, o embaixador venezuelano Samuel Moncada pediu que o órgão classifique os ataques como ilegais e reforce a soberania da Venezuela.

Neste mês, o Pentágono informou ao Congresso que Trump havia determinado que o país estava envolvido em um “conflito armado não internacional”, justificando legalmente o uso de força militar na região.

Poucos dias antes, o Departamento de Defesa anunciou que as operações antinarcóticos no Caribe deixariam de ser lideradas pelo Comando Sul, com sede em Miami, e passariam ao controle da II Força Expedicionária de Fuzileiros Navais, sediada em Camp Lejeune, na Carolina do Norte.

A mudança surpreendeu observadores militares, já que normalmente o Comando Sul lidera operações desse porte. Na quinta-feira, o secretário de Defesa Pete Hegseth anunciou ainda que o almirante responsável pelo Comando Sul deixará o cargo no fim do ano, dois anos antes do previsto.

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