Israel e Hamas retomam negociações no Catar em meio a impasses sobre reféns, cessar-fogo e crise humanitária em Gaza (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 10 de março de 2025 às 10h03.
Uma delegação israelense viaja nesta segunda-feira, 10, ao Catar para retomar negociações sobre a prorrogação da trégua na Faixa de Gaza. O grupo é liderado por um alto funcionário do Shin Bet, agência de segurança interna de Israel, e pelo mediador responsável pelos reféns, Gal Hirsch.
A primeira fase do cessar-fogo terminou em 1º de março sem um acordo definitivo. O Hamas exige que a nova etapa inclua a troca de todos os reféns por prisioneiros palestinos, a retirada total das tropas israelenses, a reabertura das fronteiras e um cessar-fogo permanente.
Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária em Gaza e, no domingo Israel e Hamas retomam negociações no Catar em meio a impasses sobre reféns, cessar-fogo e crise humanitária em Gaza9, cortou o fornecimento de energia elétrica ao território. Segundo o ministro da Energia, Eli Cohen, a medida busca pressionar o Hamas a liberar os reféns. "Usaremos todas as ferramentas à nossa disposição para trazer os reféns de volta e garantir que o Hamas não esteja mais em Gaza no dia seguinte ao fim da guerra", afirmou.
O Hamas classificou a decisão como uma "tentativa desesperada de pressionar o povo palestino" e alertou que o corte de energia pode colocar em risco os reféns israelenses ainda mantidos no enclave.
O bloqueio da única linha de transmissão de energia entre Israel e Gaza impacta diretamente o funcionamento da principal central de dessalinização do território. Agora, os palestinos dependem de painéis solares e geradores a combustível para obter eletricidade, enquanto centenas de milhares de deslocados vivem em barracas, com temperaturas chegando a 12°C durante a noite.
O enviado especial dos Estados Unidos, Adam Boehler, afirmou à CNN que um novo acordo pode ser fechado em semanas e que uma "trégua de longo prazo está muito próxima".
Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, os ataques do Hamas deixaram 1.218 mortos em Israel, segundo dados oficiais. A ofensiva de retaliação israelense já causou 48.467 mortes em Gaza, de acordo com números do Ministério da Saúde local, considerados confiáveis pela ONU.