Agência de Notícias
Publicado em 9 de setembro de 2025 às 14h16.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou o ataque israelense desta terça-feira, 9, contra líderes do grupo islâmico palestino Hamas no Catar como uma resposta ao atentado de segunda-feira em Jerusalém, que deixou seis mortos e foi reivindicado pelo braço armado do grupo islamista.
Em mensagem conjunta com o ministro da Defesa, Israel Katz, Netanyahu disse que, após o ataque em Jerusalém, informou as agências de segurança israelenses para que se preparassem para a possibilidade de atacar os líderes do Hamas.
"Nesta tarde, diante de uma oportunidade operacional, em consulta com todos os responsáveis do setor de defesa e com pleno respaldo, o primeiro-ministro e o ministro da Defesa decidiram implementar a instrução dada na noite anterior às Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) e ao Shin Bet (serviço de inteligência interna), que a implementaram de maneira precisa e ótima", explicou o escritório do premiê.
Netanyahu assumiu a "responsabilidade total" pelo ataque, que, segundo a rede de televisão Al Jazeera, ocorreu quando membros da equipe de negociação do Hamas estavam reunidos em Doha.
O Catar é um dos principais mediadores e o encontro tinha como objetivo discutir a última proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos na Faixa de Gaza, que Israel afirmou hoje ter aceitado.
O primeiro-ministro e o ministro da Defesa israelenses afirmaram que o ataque foi "plenamente justificado" pelas "ações assassinas" ordenadas pelos líderes do Hamas após os ataques de 7 de outubro de 2023.
Nesta terça-feira, pouco antes de a notícia do ataque no Catar se tornar pública, as Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, reivindicaram a responsabilidade pelo ataque da véspera contra pessoas que estavam em um ponto de ônibus em Jerusalém, que causou seis mortes
O grupo disse em mensagem que o ataque demonstra que todas as "tentativas fracassadas de secar as fontes da resistência" por parte de Israel apenas resultarão no "derramamento de sangue" de militares e "colonos criminosos".
O ataque israelense no Catar ocorreu depois que o ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, afirmou que Israel aceitou a última proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, sob a condição de que todos os reféns no território sejam libertados e que o Hamas deponha as armas.