Repórter
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 12h24.
Última atualização em 7 de agosto de 2025 às 13h49.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira, 7, que Israel quer tomar o controle de toda a Faixa de Gaza.
Em entrevista à Fox News, Netanyahu afirmou que o país pretende tomar o controle dos 42 quilômetros do território, mas deixou claro que "não deseja governá-lo". Segundo o premiê, o controle de Gaza deve ficar com as Forças Armadas.
"Não queremos mantê-lo. Queremos ter um perímetro de segurança. Não queremos governá-lo. Não queremos estar lá como uma entidade governante", disse Netanyahu. "Temos a intenção de [assumir o controle] para garantir nossa segurança, remover o Hamas [de lá], permitir que a população seja livre de Gaza e passá-la para uma governança civil que não seja do Hamas e nem de qualquer um que defenda a destruição de Israel", afirmou.
A declaração do israelense acontece pouco antes de o gabinete do país se reunir para considerar a proposta sobre a tomada de Gaza.
Netanyahu reiterou que os principais objetivos da ofensiva na Faixa de Gaza continuam sendo “a destruição completa do Hamas e o retorno de todos os reféns”.
Os grupos palestinos ainda mantêm 50 reféns, dos quais apenas cerca de 20 continuariam vivos, segundo Israel.
Netanyahu reúne nesta quinta-feira o gabinete de segurança, que inclui vários ministros de governo e parte da cúpula militar, para discutir se lançarão ou não uma ocupação total na devastada Faixa de Gaza.
Os principais veículos de comunicação do país divulgaram que Netanyahu quer propor ao gabinete de segurança a expansão da ofensiva, inclusive para as zonas onde se acredita que os reféns estejam, e a ocupação total do enclave palestino.
Apesar das reticências demonstradas pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), as tropas já estariam preparando o plano, que teria várias fases. Na primeira delas, as ocupariam a Cidade de Gaza e forçariam o deslocamento do milhão de palestinos que se concentram na cidade para a zona de Al Mawasi, já lotada de deslocados.
Israel também buscaria assumir o controle, em uma segunda fase, dos campos de refugiados no centro da Faixa, locais onde as incursões das tropas têm sido limitadas. Em todos esses pontos, Israel estima que haja reféns vivos.