Agência de Notícias
Publicado em 5 de outubro de 2025 às 16h19.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou neste domingo, 5, a partida de uma delegação, na segunda-feira, 6, para o Egito, chefiada pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, para negociar o cessar-fogo em Gaza.
"A delegação partirá amanhã para as negociações que serão realizadas em Sharm el-Sheikh, Egito", disse o escritório do premiê em um comunicado.
Por sua vez, segundo confirmou à Agência EFE uma fonte de segurança egípcia, o chefe negociador do grupo islâmico palestino Hamas, Khalil al-Hayya, chegaria hoje ao Cairo, vindo de Doha, junto com o resto de sua delegação negociadora — em 9 de setembro.
O informante, que pediu anonimato, indicou que também participarão no Egito uma delegação americana liderada pelo enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, bem como altos negociadores de Egito e Catar, a fim de abordar os "mecanismos e detalhes" para implementar a primeira fase da proposta do presidente dos Estados Unidos.
A fonte destacou que nessas negociações "a delegação israelense entregará aos mediadores mapas da primeira fase da retirada de suas tropas de Gaza", abrindo caminho para a libertação dos reféns.
Os prazos para a retirada das tropas israelenses e os locais onde as Forças de Defesa de Israel (FDI) manterão presença após sua saída continuam sendo pontos de atrito nas conversas entre as partes.
De Gaza, o chefe do Estado-Maior do Exército, Eyal Zamir, assegurou hoje a soldados, durante um exercício militar no corredor de Netzarim – ao sul da cidade de Gaza –, que as tropas devem estar prontas para qualquer imprevisto, apesar das negociações.
"Devemos nos manter alertas e prontos para a defesa, e estar preparados para reiniciar o combate a qualquer momento", declarou Zamir, que acrescentou que, mesmo que se chegue a um acordo, as tropas manterão "o controle operacional sobre as áreas avançadas, o que permitirá plena liberdade operacional e a capacidade de retornar a qualquer lugar".
Ontem, o presidente americano, Donald Trump, anunciou que Israel havia concordado com uma "linha de retirada inicial" para a qual as tropas em Gaza se recolheriam, e que a compartilhou com o Hamas, conclamando o grupo palestino a aceitá-la.
O plano de 20 pontos do republicano propõe o fim imediato da guerra, a libertação dos reféns do Hamas e a formação de um governo de transição para Gaza, supervisionado por Trump e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
A proposta também contempla a desmilitarização da Faixa de Gaza e a possibilidade de negociar, no futuro, um Estado palestino, algo descartado, no entanto, pelo premiê israelense.