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Nova receita da Coca-Cola? Empresa responde Trump e defende xarope de milho para adoçar

Fabricante defende o uso do xarope de milho após alegações de Trump sobre a troca por açúcar de cana, destacando questões de segurança e custos

Coca-Cola: empresa minimizou o impacto potencial que as tarifas podem ter sobre seus negócios (James Yarema/Unsplash)

Coca-Cola: empresa minimizou o impacto potencial que as tarifas podem ter sobre seus negócios (James Yarema/Unsplash)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 17 de julho de 2025 às 11h45.

A Coca-Cola reagiu à alegação de Donald Trump, feita em um post nas redes sociais, de que teria convencido a marca a mudar sua fórmula nos Estados Unidos, substituindo o xarope de milho por açúcar de cana, como ocorre no Brasil, México e no Reino Unido. Trump declarou que a empresa teria "concordado em usar açúcar de cana REAL na Coca nos Estados Unidos" e que isso seria "uma boa mudança".

Inicialmente, a empresa se manteve neutra, agradecendo ao presidente Trump pela "empolgação" com a marca e mencionando "novas ofertas inovadoras" na linha de produtos Coca-Cola. Mas, em uma declaração adicional divulgada nesta quinta-feira, 17, a Coca-Cola saiu em defesa do uso do xarope de milho de alta frutose (HFCS, na sigla em inglês), produto que se tornou alvo de críticas em campanhas de saúde, como o movimento Make America Healthy Again, do secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr.

Segundo o jornal The Guardian, a empresa afirmou que, embora o nome do xarope possa parecer complexo, "o HFCS é, na verdade, apenas um adoçante feito a partir do milho", e garantiu que ele é seguro e possui aproximadamente o mesmo número de calorias por porção que o açúcar de mesa, sendo metabolizado da mesma maneira pelo corpo.

A Coca-Cola citou ainda a American Medical Association (AMA), que confirmou que o HFCS não é mais propenso a contribuir para a obesidade do que o açúcar de mesa ou outros adoçantes de calorias completas.

Em 2023, a AMA publicou uma declaração reconhecendo que "não há evidências suficientes para restringir o uso do HFCS ou outros adoçantes contendo frutose na oferta alimentar", ou para exigir rótulos de advertência em produtos que os contenham. A Coca-Cola também reafirmou que suas bebidas não contêm substâncias prejudiciais à saúde.

Impactos econômicos de uma possível mudança na fórmula

O possível retorno da Coca-Cola ao uso de açúcar de cana nos EUA teria implicações significativas no mercado de refrigerantes americano, que movimenta US$ 285 bilhões. Atualmente, a Coca-Cola produz no México uma versão adoçada com açúcar de cana e embalada em garrafas de vidro, vendida a um preço premium nos Estados Unidos, popularmente conhecida como "Mexican Coke".

Nos anos 1980, a Coca-Cola passou a usar xarope de milho nos EUA, favorecida por subsídios agrícolas e pelo custo mais baixo do que o açúcar de cana importado, sujeito a tarifa de importação.

Uma mudança de fórmula novamente pode ser um desafio econômico, considerando as altas tarifas aplicadas por Trump sobre os países produtores de açúcar de cana, como o Brasil.

A relação de Trump com a Coca-Cola é bem conhecida, incluindo sua famosa instalação de um botão de "Diet Coke" em seu escritório, com o qual ele solicitava a bebida de forma prática. A Diet Coke, no entanto, contém aspartame, um adoçante artificial de baixa caloria, e não açúcar de cana ou xarope de milho.

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