Começam a valer nesta quinta-feira, 10, as novas tarifas impostas pela China sobre produtos dos Estados Unidos, elevando ainda mais a tensão na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
As tarifas de 84% entram em vigor como resposta ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aumentou as tarifas de importação sobre a China para 125%, um movimento que busca pressionar Pequim a recuar em suas políticas comerciais.
Escalada da guerra tarifária
O aumento das tarifas chinesas vem em um momento de crescente escalada na guerra comercial, com ambas as partes adotando medidas agressivas.
O governo de Trump, que já havia aumentado as tarifas de 20% para 25% sobre produtos importados da China, anunciou recentemente a ampliação desse valor para 125%.
A decisão de Pequim de aplicar 84% de tarifas retaliatórias reflete o aumento das tensões e a dificuldade em chegar a um acordo que resolva as disputas comerciais de maneira equilibrada.
Na quarta-feira, 9, Trump também anunciou uma pausa de 90 dias para tarifas mais altas sobre diversos países, com exceção da China, que se recusou a retirar suas próprias tarifas retaliatórias.
A diplomacia chinesa e a resposta ao aumento das tarifas
Apesar das retaliações econômicas, Pequim se mostrou aberta ao diálogo, mas apenas sob condições específicas. Segundo o Financial Times, o Ministério do Comércio da China afirmou que, embora o país não esteja interessado em um conflito, não teme a continuidade das ameaças tarifárias dos EUA.
O ministério também reiterou que, se os EUA optarem por continuar com suas pressões, "a China está pronta para lutar até o fim".
“Se quiserem conversar, a porta está aberta, mas as negociações devem ser conduzidas em pé de igualdade, com base no respeito mútuo”, afirmou o porta-voz. Ele também enfatizou que pressões e ameaças não são a maneira correta de lidar com o gigante asiático.
A China também procurou reforçar sua posição diplomática, buscando alinhamentos com seus parceiros comerciais, como a União Europeia, para discutir soluções para o impasse das tarifas. Pequim se comprometeu a iniciar negociações com a UE sobre investimentos no setor automotivo e preços de veículos elétricos, setores diretamente afetados pela guerra tarifária com os Estados Unidos.
Os impactos das tarifas
A guerra comercial entre os dois países já está gerando impactos significativos, não apenas nos mercados norte-americanos e chineses, mas também em todo o comércio global. De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), um aumento contínuo das tarifas pode reduzir em até 80% o comércio de bens entre os Estados Unidos e a China, o que afetaria 3% do comércio global.
Além disso, o impacto das tarifas sobre as empresas chinesas já é visível. Muitas delas, especialmente as que vendem seus produtos nos Estados Unidos por meio de plataformas de e-commerce como a Amazon, estão sendo forçadas a aumentar os preços ou até abandonar o mercado americano.