O Papa Leão XIV, em sua primeira aparição após ser eleito (Andrej Isakovic/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 8 de maio de 2025 às 17h28.
Última atualização em 8 de maio de 2025 às 17h39.
O novo Papa, Leão XIV, fez críticas recentes ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu vice, J.D. Vance, por conta das políticas contra imigrantes, adotadas desde o começo do segundo mandato do republicano.
Em sua conta na rede social X, o então cardeal Robert Prevost repostou críticas sobre a ação do governo americano por três vezes.
Na mais recente delas, em 14 de abril, ele repostou uma mensagem com críticas à deportação ilícita de um residente americano. "Vocês não veem o sofrimento? A sua consciência não está perturbada? Como podem ficar em silêncio?", diz a mensagem.
Em outra mensagem, ele publicou um artigo com o título JD Vance está errado: Jesus não pede para ranquearmos nosso amor pelos outros, em 3 de fevereiro.
Ele ainda postou uma carta do Papa Francisco, em 13 de fevereiro, em que o agora falecido pontífice defende os direitos dos imigrantes, algo que foi uma bandeira forte durante seu pontificado.
Prevost nasceu em 14 de setembro de 1955, em Chicago, e frequentou um seminário da Ordem de Santo Agostinho, em St. Louis, como noviço, antes de se formar em matemática na Filadélfia. Poliglota, estudou direito canônico em Roma, onde também obteve o doutorado. Ele se juntou aos agostinianos no Peru, em 1985, para a primeira de suas missões no país andino.
Ao retornar a Chicago em 1999, foi nomeado prior provincial dos agostinianos naquela região americana e, posteriormente, prior geral da ordem em todo o mundo. Ele retornou ao Peru em 2014, quando Francisco o designou administrador apostólico da Diocese de Chiclayo.
Quase uma década depois, ele se juntou à Cúria, substituindo o cardeal canadense Marc Ouellet, acusado de agredir sexualmente uma mulher e renunciou devido à idade. Então, o falecido pontífice também o nomeou presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Sua reputação como moderado e construtor de pontes se tornou importante, em um momento em que a igreja parece profundamente dividida. O jornal italiano La Repubblica o chamou de "o menos americano dos americanos" pela moderação de suas palavras.
Após a morte de Francisco, Prevost disse que ainda havia muito a fazer na transformação da Igreja. "Não podemos parar, não podemos retroceder. Temos de ver como o Espírito Santo quer que a Igreja seja hoje e amanhã, porque o mundo de hoje, em que a Igreja vive, não é o mesmo que o mundo de dez ou 20 anos atrás", disse ele, no mês passado, ao Vatican News.