Redatora
Publicado em 23 de junho de 2025 às 09h06.
Última atualização em 23 de junho de 2025 às 10h23.
O estreito de Ormuz voltou ao centro das atenções do mundo com o risco de seu fechamento em meio à escalada do conflito no Oriente Médio. A rota, que liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e ao mar da Arábia, é considerada uma das passagens mais estratégicas do planeta.
Por ali passa cerca de 30% de todo o petróleo consumido no mundo, além de boa parte do gás natural liquefeito produzido na região. São aproximadamente 20 milhões de barris de petróleo por dia, segundo dados da Agência de Energia dos Estados Unidos.
O estreito tem apenas 33 quilômetros de largura em seu ponto mais estreito, sendo que as faixas de navegação para os superpetroleiros são de apenas 3 quilômetros em cada sentido.
Por que o ataque dos EUA ao Irã não deve levar a uma Terceira Guerra MundialO fechamento do estreito teria impacto direto nos preços da energia e, consequentemente, na inflação global. Isso explica por que qualquer sinal de bloqueio ou instabilidade na região provoca alta imediata nos preços do petróleo e nervosismo nos mercados.
O risco de um bloqueio também afeta diretamente economias altamente dependentes da energia vinda do Golfo, como China, Índia, Japão e Coreia do Sul. Só a China responde por quase 90% das exportações de petróleo do Irã, segundo dados da consultoria Vortexa.
Apesar das ameaças recorrentes ao longo dos anos, o Irã nunca fechou de fato o estreito. Isso porque a medida, além de atingir países ocidentais e aliados de Israel, também seria um duro golpe contra a própria economia iraniana, que depende da exportação de petróleo pela mesma rota.
Ainda assim, o Parlamento do Irã aprovou no fim de semana uma moção para o possível fechamento do estreito, embora a decisão final dependa da liderança do país.
A movimentação ocorre após os ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas, elevando o risco de retaliações que podem afetar diretamente o fluxo global de energia.