Freelancer
Publicado em 3 de julho de 2025 às 07h29.
O ritmo de criação de empregos nos Estados Unidos está caindo e os dados mais recentes sugerem que a situação é pior do que parece. Mesmo com projeções de 110 mil novas vagas em junho, o número ainda é fraco. De janeiro a maio, a média mensal de criação de novos postos de trabalho ficou em 124 mil, muito abaixo dos 168 mil do ano passado.
O problema, segundo o The Wall Street Journal, não está apenas na desaceleração, mas na qualidade desses dados. O Departamento do Trabalho tem revisado para baixo os números dos meses anteriores. De janeiro a abril, foram cortadas, ao menos, 55 mil vagas por mês nas atualizações. Março, por exemplo, começou com 228 mil empregos criados e acabou rebaixado para apenas 120 mil.
Essa diferença acontece em decorrência da demora de muitas empresas em responder à pesquisa oficial. Muitas delas são os pequenos negócios, que enfrentam mais dificuldades com tarifas, custos altos e escassez de mão de obra imigrante, durante políticas imigratórias do presidente Donald Trump.
Outros relatórios, como o da ADP, reforçam o cenário. A empresa apontou uma queda de 33 mil empregos privados em junho, puxada pela perda de 47 mil vagas em negócios com menos de 50 funcionários. Neste ano, pequenas empresas têm criado uma média de apenas 5.300 empregos por mês, contra quase 40 mil no ano passado.
Apesar disso, os cortes ainda não são em todos os setores. Quem já está empregado, está conseguindo se manter no cargo. Entretanto, quem procura recolocação parece encontrar mais obstáculos, especialmente jovens recém-formados, pessoas que voltam ao mercado e trabalhadores demitidos.
Outro fator por trás do travamento do mercado, ainda segundo a reportagem, é a mudança no perfil da força de trabalho. A população americana em idade ativa cresce muito pouco, ao mesmo tempo que a entrada de imigrantes caiu drasticamente. Um estudo do Brookings Institution e do American Enterprise Institute estima que, em 2025, o saldo da imigração pode chegar a zero ou até ser negativo — ou seja, mais gente saindo do país do que entrando.
Com menos pessoas disponíveis, o país pode passar a criar apenas 10 mil a 40 mil vagas por mês no segundo semestre, taxa mínima para manter o desemprego em 4,2%. Entretanto, especialistas afirmam que uma economia que não consegue gerar empregos como antes, também não consegue crescer no mesmo ritmo.