Agência de notícias
Publicado em 8 de maio de 2025 às 13h35.
Após a morte do Papa Francisco, os cardeais se reuniram em conclave para eleger o novo líder da Igreja Católica. Considerado o sucessor de São Pedro, a quem Cristo teria confiado a liderança da Igreja, o Pontífice é o guia espiritual dos mais de 1,4 bilhão de católicos em todo o mundo. Mas o que exatamente faz o Papa durante seu pontificado?
A palavra “Papa” vem do grego pappas, que significa “pai, patriarca”, e é por isso que os fiéis o chamam de “Santo Padre”.
Seu papel é preservar e ensinar a fé cristã, interpretar o Evangelho e zelar pela unidade da Igreja.
O Papa tem o status de chefe de Estado e comanda a Cidade do Vaticano, um Estado independente considerado o menor país do mundo, com 44 hectares.
Como chefe de Estado, ele exerce poderes absolutos (executivo, legislativo e judiciário).
Também recebe chefes de Estado e de governo no Vaticano. Nesses encontros a portas fechadas, chamados “audiências privadas”, discutem-se temas da atualidade ou são apresentadas as posições da Santa Sé, uma entidade soberana no direito internacional.
O papa redige documentos (encíclicas, exortações apostólicas, motu proprio…) sobre temas doutrinários e morais para orientar os fiéis, guiá-los ou registrar reformas.
Em doze anos de pontificado, o Papa Francisco, por exemplo, abriu caminho para a bênção de casais do mesmo sexo, restringiu as missas em latim e tomou medidas contra abusos sexuais.
Ele também exerce uma missão de ensino por meio de seus discursos. Além das homilias nas missas, todas as quartas-feiras de manhã ele realiza uma catequese pública no Vaticano diante dos fiéis, durante a audiência geral semanal.
O Papa aprova a nomeação de bispos, que lideram as dioceses ao redor do mundo (atualmente, cerca de 3 mil). Também cria cardeais. Dentre eles, os com menos de 80 anos são chamados a eleger seu sucessor.
Ele tem a palavra final para elevar ao status de “bem-aventurados” ou “santos”, figuras importantes da Igreja Católica, após um “processo” que avalia milagres e virtudes.
Além disso, tem competência para convocar sínodos (reuniões mundiais de leigos e religiosos) para tratar de temas específicos.
O Papa viaja para entrar em contato com fiéis de todo o mundo. Respondendo a convites oficiais de chefes de Estado, ele realiza visitas oficiais, chamadas “apostólicas”.
Nesse sentido, o Pontífice que mais viajou foi João Paulo II, com 104 viagens ao exterior em seus 26 anos de pontificado, seguido por Francisco, que fez 47.
Essas visitas lhe dão a oportunidade de renovar seus apelos pela paz, pelo diálogo inter-religioso, pelo respeito aos direitos humanos e pela justiça social — declarações que funcionam como posicionamentos morais e são amplamente divulgadas no mundo todo.
Como bispo de Roma, o Papa deve administrar sua diocese. No entanto, devido às suas outras obrigações, essa tarefa costuma ser delegada a um vigário geral.
Ainda assim, o Papa participa da vida da Igreja local, visitando paróquias da capital italiana por ocasião de celebrações ou outros locais simbólicos da cidade a cada ano, como a Via Sacra, no Coliseu, na Sexta-feira Santa ou a festa da Imaculada Conceição, perto da Praça de Espanha.