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Obama e Netanyahu buscam reduzir tensão por causa do Irã

Obama havia passado a impressão de esnobar o aliado Netanyahu por não recebê-lo em um encontro bilateral durante a visita do israelense aos Estados Unidos


	Obama: presidente americano e Netanyahu há anos têm relações tensas, e a situação piorou em meados deste mês
 (Kevin Lamarque/Reuters)

Obama: presidente americano e Netanyahu há anos têm relações tensas, e a situação piorou em meados deste mês (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2012 às 20h58.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, buscaram nesta sexta-feira aliviar as tensões decorrentes da forma como eles lidam com o programa nuclear iraniano, apresentando uma demonstração de solidariedade em torno do objetivo primordial de impedir que Teerã obtenha uma bomba atômica.

Obama havia passado a impressão de esnobar o aliado Netanyahu por não recebê-lo em um encontro bilateral durante a visita do israelense aos Estados Unidos. Mas os dois governantes conversaram por telefone, reforçando o clima de trégua na sua polêmica sobre como confrontar o Irã.

Na véspera, Netanyahu usou seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para pressionar Washington a impor um limite ao programa nuclear israelense.

Mas, atenuando a retórica anterior, ele sinalizou que Israel não tem intenção de atacar instalações nucleares de forma iminente antes da eleição presidencial norte-americana de 6 de novembro.


Atento ao processo eleitoral norte-americano, Netanyahu também conversou por telefone durante a visita a Nova York com o rival republicano de Obama, Mitt Romney, que tem acusado o presidente de ser excessivamente duro com Israel e brando com o Irã.

Obama e Netanyahu há anos têm relações tensas, e a situação piorou em meados deste mês, quando Netanyahu se queixou de forma estridente pelo fato de os Estados Unidos não imporem um limite claro a partir do qual um ataque ao Irã seria justificável. Por isso, o primeiro-ministro acabou sendo acusado de interferir na política interna dos EUA.

Nos últimos dias, no entanto, Israel vem tratando de acalmar a situação.

"Os dois líderes salientaram que estão de pleno acordo sobre a meta partilhada de impedir o Irã de obter uma arma nuclear", disse a Casa Branca, resumindo a conversa telefônica de 20 minutos.

Mas a Casa Branca não chegou a dizer se Obama sinalizou a disposição de rever sua resistência à imposição de um ultimato a Teerã, como Netanyahu solicita repetidamente.

"Tive uma conversa muito boa com o presidente Obama", disse Netanyahu à TV israelense. "Nossas equipes estão conversando." Um assessor de Obama foi além, dizendo que "a temperatura está mais baixa do que já esteve".

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