Números preliminares indicam que pelo menos 810 mil casos de cólera e 5.900 mortes decorrentes da doença foram registrados em todo o mundo no ano passado, o que representa um aumento de mais de 50%, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira, 4.

Até o momento, neste ano, foram registrados quase 100 mil casos e 1.300 mortes em 25 países, disse o chefe da unidade de cólera da OMS, Phillippe Barboza, que alertou sobre a situação crítica em países como Angola, que nos últimos 28 dias sofreu 45% das mortes globais causadas pela doença.

"Outro país preocupante é Mianmar, onde o recente terremoto aumenta o risco de surtos de cólera e outras doenças diarreicas agudas, após a destruição de muitas casas e infraestruturas de saúde", disse o especialista em entrevista coletiva.

Países que não relatavam casos há mais de uma década, como a Namíbia, voltaram a registrar infecções, e outros onde as epidemias recentes haviam sido declaradas encerradas estão novamente apresentando surtos de cólera, como Quênia, Malaui, Zâmbia e Zimbábue, disse Barboza.

"Os números de 2024 são subestimados, pois os dados oficiais estão incompletos, mas já são altos demais para a cólera, uma doença que é transmitida por alimentos ou água contaminada por fezes e que não deveria existir no século 21", disse o especialista da OMS.