Mundo

ONU acusa regime sírio de realizar massacres

"De janeiro a julho, centenas foram assassinados pelos disparos de mísseis e bombardeios indiscriminados em áreas habitadas por civis", diz texto da ONU


	Refugiados em Damasco, na Síria, esperam para receber ajuda: a ONU também acusou o governo de obstruir a entrega de assistência humanitária
 (United Nation Relief and Works Agency via Getty Images)

Refugiados em Damasco, na Síria, esperam para receber ajuda: a ONU também acusou o governo de obstruir a entrega de assistência humanitária (United Nation Relief and Works Agency via Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 07h55.

Genebra - A comissão das Nações Unidas que investiga as atrocidades cometidas na Síria acusa o regime de Bashar al Assad de cometer "massacres" deliberadamente ao atacar consciente e indiscriminadamente áreas habitadas por civis.

O relatório se baseiou em entrevistas com 480 pessoas e documenta o período entre 20 de janeiro e 15 de julho deste ano.

"De janeiro a julho, centenas de homens, mulheres e crianças foram assassinados a cada semana pelos disparos de mísseis e bombardeios indiscriminados em áreas habitadas por civis. Em algumas instâncias há claras evidências que encontros de civis foram deliberadamente tomados como alvo, causando massacres", segundo o texto.

O relatório detalhou o uso de cloro, um agente químico, pelo menos oito vezes pelas forças governamentais, e lembrou que seu armazenamento e utilização estão totalmente proibidos.

Além disso, a comissão acusou o governo sírio de continuar obstruindo a entrega de assistência humanitária, uma prática que usa como arma de guerra.

O relatório mostrou como soldados nos postos de controle impedem que civis feridos cheguem aos hospitais e bloqueiam a entrada de material cirúrgico essencial.

O texto descreveu ainda como os centros de saúde continuam sendo alvos militares do governo.

A comissão, presidida pelo professor brasileiro Paulo Sergio Pinheiro, acusa o regime de Assad de torturar e atacar sexualmente de forma sistemática os prisioneiros antes de matá-los, um prática que se estende a crianças de 12 anos, como ocorreu em um caso documentado em 2013 em Damasco, de uma menina que morreu após ser detida e torturada.

"O número de réus mortos em custódia nos centros de detenção governamentais em Damasco aumentou", denunciou o relatório.

A comissão também acusou "as forças governamentais de estuprarem como arma de guerra", e lembrou que esta prática é um crime contra a humanidade.

Foi documentado que as forças do governo utilizam crianças entre seis e 13 anos como membros das operações de coordenação militar para localizar milicianos antes de atacar.

"A lei internacional e a lei humanitária proíbem o uso de crianças em combate e papéis de apoio. Recrutar crianças menores de 15 anos é um crime de guerra", alertaram os analistas. EFE

Acompanhe tudo sobre:Direitos HumanosONUSíria

Mais de Mundo

México responderá a tarifas de Trump com novas medidas; Sheinbaum convoca anúncio público

Canadá impõe tarifa de 25% em produtos dos EUA em resposta a Trump e alerta para alta na energia

Tarifas de Trump elevam os impostos sobre as importações dos EUA ao nível médio mais alto desde 1943

Comissão Europeia propõe mobilizar cerca de 800 bilhões de euros para defesa