Agência de Notícias
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 09h00.
Uma Comissão Internacional de Inquérito da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou a Rússia, nesta segunda-feira, 22, do crime contra a humanidade de deslocamento forçado da população ucraniana dos territórios ocupados ou em expansão, por meio da instilação de terror entre os habitantes.
"O terror infundido na população obrigou milhares a fugir", denunciou o presidente da comissão, Erik Mose, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, reunido em Genebra.
De acordo com as investigações, os ataques com drones e as deportações revelam esforços coordenados das autoridades russas para capturar mais território, bem como consolidar o controle sobre áreas já ocupadas na Ucrânia.
Obrigar a população a sair faz parte dessa estratégia, acrescentou Mose.
De forma detalhada, ele afirmou que as evidências confirmam que as localidades atacadas pela Rússia agora se estendem por mais de 300 quilômetros na margem direita do rio Dniepre, sob controle da Ucrânia.
Nessa linha de frente, as forças armadas russas atacam civis a pé ou em veículos, além de bens civis, incluindo casas, infraestrutura vital e edifícios nas províncias de Kherson, Dnipropetrovsk e Mykolaiv.
A partir de posições no lado esquerdo do rio, as forças russas utilizam drones para realizar ataques, com capacidade de observar e acompanhar alvos em tempo real.
Esses equipamentos permitem perseguir vítimas e lançar explosivos.
Canais do Telegram, administrados por unidades militares russas ou por pessoas próximas, divulgaram centenas de vídeos de civis sendo mortos ou feridos, o que, segundo a comissão, configura o crime de guerra de ultraje contra a dignidade.
Mose também relatou que drones foram direcionados contra equipes de resgate, ambulâncias e caminhões de bombeiros devidamente identificados, impedindo que prestassem socorro após os ataques.
Além disso, a comissão confirmou que os ataques com armas explosivas em áreas povoadas continuam sendo a principal causa de mortes de civis, com aumento de pelo menos 40% neste ano em comparação com 2024.