Segundo jornal argentino, grupo controlador deve se desfazer das operações no Chile e no México (Eduardo Frazão/Exame)
Redação Exame
Publicado em 4 de outubro de 2025 às 13h23.
O grupo mexicano Alsea iniciou o processo de venda do Burger King na Argentina. A rede, que disputa espaço no mercado de fast food com o McDonald’s e a Mostaza, passa a fazer parte de um pacote de desinvestimentos da companhia.
Além da operação argentina, a Alsea também pretende se desfazer da licença da marca Burger King no Chile e no México. O banco espanhol BBVA foi contratado para conduzir a busca por interessados, que podem incluir fundos de investimento, empresas locais do setor de alimentação e players internacionais de fast food.
A estratégia já foi testada em outros países. Em 2023, a Alsea concluiu a venda do Burger King na Espanha, adquirido pelo fundo britânico Cinven. Apesar da saída do negócio de hambúrgueres em alguns mercados, a empresa mexicana seguirá presente na Argentina com a operação do Starbucks. Procurada pelo jornal argentino La Nación, a Alsea afirmou:
“A companhia não faz comentários sobre rumores ou especulações de mercado. Toda comunicação oficial é realizada exclusivamente por meio de nossos canais institucionais.”
A EXAME tenta contato com o grupo, mas sem resposta até a última atualização desta reportagem. Em nota, a Zamp, que detém a marca Burger King no Brasil, afirmou que as notícias se referem ao mercado argentino e não tem conexão com a operação brasileira.
A disputa pelo consumidor argentino não é simples. O Burger King chegou ao país em 1989 e hoje soma 118 restaurantes espalhados por 11 províncias. Mesmo com a expansão, a marca enfrenta um cenário de consumo enfraquecido, aumento da concorrência de redes de frango frito e o avanço das hamburguerias artesanais, que ganharam força nos últimos anos.
No ranking de participação, McDonald’s segue na liderança histórica, enquanto Burger King divide o segundo lugar com o Mostaza, marca nacional que ampliou presença em shoppings, estradas e cidades do interior.
Segundo o La Nación, os nomes apontados como potenciais compradores estão grupos locais como a DGSA, dona das pizzarias Kentucky e que já atua com Sbarro e Chicken Chill, além do fundo Inverlat, que opera as licenças da Wendy’s e da KFC. Outro interessado pode ser o equatoriano Int Food, que ingressou no setor em 2018 justamente com a aquisição da Wendy’s e da KFC.