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Protestos contra Trump: mais de 2.700 manifestações "No Kings" programadas nos EUA

Mais de 2.700 atos foram convocados em todo o país sob o lema “Sem Reis”, em resposta ao avanço autoritário do presidente americano e ao envio de tropas a cidades

De Nova York a San Francisco, milhões de americanos devem sair às ruas para expressar sua insatisfação com as políticas do presidente Donald Trump nos protestos nacionais “Sem Reis” (AFP)

De Nova York a San Francisco, milhões de americanos devem sair às ruas para expressar sua insatisfação com as políticas do presidente Donald Trump nos protestos nacionais “Sem Reis” (AFP)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 18 de outubro de 2025 às 12h17.

Última atualização em 18 de outubro de 2025 às 13h34.

Opositores do presidente Donald Trump se reunirão neste sábado (18) em manifestações convocadas de Nova York a San Francisco sob o lema "No Kings" ("Sem Reis"), alguns meses após uma jornada de protesto em que milhões de pessoas saíram às ruas.

"O presidente acredita que seu poder é absoluto. Mas nos Estados Unidos não temos reis e não cederemos ao caos, à corrupção e à crueldade", afirma o movimento "No Kings", que reúne quase 300 organizações, em seu site.

Mais de 2.700 manifestações estão programadas de costa a costa, de grandes cidades até pequenas localidades, e até mesmo perto da residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, onde o presidente passará o fim de semana.

Milhões de pessoas participaram dos protestos de 14 de junho, depois que Trump ordenou o envio de tropas a Los Angeles, uma medida que levou seus críticos a acusá-lo de agir como um ditador.

Os protestos de junho representaram o dia de manifestações com mais pessoas nas ruas desde que o republicano voltou à Casa Branca, em janeiro.

Em junho, Trump prometeu usar uma força "muito grande" se os manifestantes tentassem interromper um desfile militar em Washington DC.

Desde então, ele ampliou o envio de tropas a cidades americanas, o que revoltou seus críticos.

A resposta de Trump à convocação dos protestos para este sábado foi mais moderada. "Dizem que se referem a mim como um rei. Eu não sou um rei", declarou ao canal Fox News.

Mas seus principais aliados no Partido Republicano se mostraram mais combativos. O presidente da Câmara de Representantes, Mike Johnson, chamou a jornada de protesto de manifestação de "Ódio aos Estados Unidos".

"Vão reunir marxistas, socialistas, defensores dos Antifa, anarquistas e a ala pró-Hamas do Partido Democrata de extrema esquerda", declarou.

O congressista democrata Glenn Ivey rejeitou o termo "ódio".

"Entendo por que estão nervosos e tentam apresentá-lo de forma negativa. É realmente uma resposta ao que eles estão fazendo: minar o país, destruir o Estado de Direito e enfraquecer nossa democracia", acrescentou.

"País de iguais"

Além de cidades importantes como Washington, Boston, Chicago, Atlanta e Nova Orleans, protestos foram convocados em pequenas localidades dos 50 estados e até mesmo no Canadá.

Na quinta-feira, Deirdre Schifeling, diretora política e de defesa da União Americana pelas Liberdades Civis, afirmou que os manifestantes querem transmitir que "somos um país de iguais".

"Somos um país de leis aplicadas a todos, do devido processo e da democracia. Não seremos silenciados", afirmou.

Leah Greenberg, cofundadora do Projeto Indivisível, criticou os esforços da administração Trump para enviar a Guarda Nacional às cidades do país, reprimir migrantes sem documentos e processar opositores políticos.

"É o manual clássico do autoritarismo: ameaçar, difamar e mentir, assustar as pessoas para que desistam", disse Greenberg. "Não seremos intimidados", acrescentou.

O ator Robert De Niro, vencedor do Oscar e um conhecido crítico de Trump, convocou os manifestantes.

"Tivemos dois séculos e meio de democracia (...) muitas vezes desafiadora, às vezes confusa, sempre essencial", afirmou De Niro em um vídeo.

"Agora temos um aspirante a rei que quer nos roubá-la: o rei Donald I", disse.

"Estamos nos levantando novamente, levantando nossas vozes de forma não violenta para declarar: Sem Reis".

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