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Os países que poderão ser os principais alvos das tarifas de Trump

China está muito à frente de outros países, com um superávit comercial sobre bens de US$ 295,4 bilhões

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 31 de março de 2025 às 19h19.

Última atualização em 31 de março de 2025 às 19h43.

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Serão eles as primeiras vítimas das tarifas "recíprocas" de Donald Trump? Vários países têm elevados superávits comerciais com os Estados Unidos, para quem mais exportam do que importam.

China em primeiro lugar

A China está muito à frente de outros países, com um superávit comercial sobre bens de US$ 295,4 bilhões (R$ 1,7 trilhão)em 2024 com os Estados Unidos, segundo o Bureau of Economic Analysis (BEA), que faz parte do Departamento de Comércio dos EUA e publicou suas estatísticas anuais no início de fevereiro.

Considerada a fábrica do mundo há anos, a China é uma gigante exportadora, muito mais que os Estados Unidos, graças também à instalação de fábricas por multinacionais.

A China também se beneficia, segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, de uma moeda mantida artificialmente baixa para tornar suas vendas no exterior mais competitivas.

Trump já desencadeou uma guerra comercial com a China durante seu primeiro mandato. E aplicou tarifas de 20% aos produtos importados da China.

Disparidades na Europa

A União Europeia vem em seguida com um superávit comercial de US$ 235,6 bilhões (R$ 1,35 trilhão), mas há disparidades significativas entre os países.

A Irlanda tem o maior superávit de todos os membros da UE, com € 86,7 bilhões (R$541 bilhões), um valor parcialmente explicado pela presença de vários grupos americanos como resultado de uma tributação vantajosa, particularmente no setor farmacêutico.

A Alemanha vem em seguida, com um superávit de US$ 84,8 bilhões (R$488 bilhões), e a Itália com US$ 44 bilhões (R$ 253 bilhões).

A França tem um superávit de € 16,4 bilhões (R$ 102 bilhões), segundo os EUA, embora as estatísticas francesas indiquem um déficit.

Também registraram superávits a Suíça (US$ 38,5 bilhões de dólares ou R$ 221 bilhões), Áustria (US$ 13,1 bilhões ou R$ 75,5 bilhões) e Suécia (US$ 9,8 bilhões ou R$ 56,5 bilhões).

México e Vietnã, rotas de trânsito

O México, depois da China e da UE, tem o terceiro maior superávit, segundo estatísticas americanas, com US$ 171,8 bilhões (R$ 985 bilhões), seguido pelo Vietnã, com US$ 123,5 bilhões (R$ 712 bilhões).

Ambos os países são conhecidos por serem plataformas úteis para a produção de baixo custo por empresas multinacionais, que então exportam seus produtos para os principais mercados.

A proximidade do México com os Estados Unidos incentiva muitas empresas, incluindo americanas, a instalar suas fábricas lá.

Tanto o Vietnã quanto o país latino-americano aproveitaram ao máximo a primeira guerra comercial de Trump para reforçar seus superávits comerciais.

O Vietnã se tornou o país ideal para estabelecer-se e evitar os ataques de Trump à China durante seu primeiro mandato, e dobrou suas exportações para os Estados Unidos entre 2017 e 2023.

O México aumentou suas importações de produtos chineses que posteriormente vão para o mercado americano.

Em 2023, o México se tornou o maior exportador mundial para os Estados Unidos, à frente da China, segundo o BEA.

Outros países com superávit

Taiwan (US$ 73,9 bilhões ou R$ 426 bilhões), Japão (US$ 68,5 bilhões ou R$ 394 bilhões), Coreia do Sul (US$ 66 bilhões ou R$ 380 bilhões), Canadá (US$ 63,3 bilhões ou R$ 380 bilhões), Índia (US$ 45,7 bilhões) e Tailândia (US$ 45,6 bilhões ou R$ 262 bilhões) estão na lista dos países com superávits comerciais com os Estados Unidos.

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