Agência de notícias
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 10h33.
Alemanha, Holanda e Itália auxiliaram na operação de abate de drones russos que invadiram o espaço aéreo da Polônia na manhã desta quarta-feira (madrugada em Brasília), segundo fontes da Otan. Este é o primeiro episódio em que aliados ocidentais derrubam equipamentos militares russos sobre o território de um país-membro da organização.
Ao menos 19 drones cruzaram a fronteira com a Bielorrússia e foram identificados pela Força Aérea polonesa por volta das 06h45 (01h45 em Brasília), enquanto Moscou realizava um ataque massivo contra a Ucrânia — Kiev estima que 415 drones foram disparados entre a noite de terça e a madrugada desta quarta. Imediatamente, Varsóvia ativou o sistema de defesa antiaérea, e caças poloneses e da Otan alçaram voo para neutralizar a ameaça.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, detalhou a operação, confirmando a participação de forças aliadas. A Holanda enviou caças F-35, enquanto Alemanha acionou baterias de mísseis Patriot e um avião italiano de vigilância também participou da missão.
"Para Putin, minha mensagem é clara: parem a guerra na Ucrânia, parem de intensificar a guerra, que agora está basicamente montada contra civis inocentes e infraestrutura civil, e parem de violar o espaço aéreo aliado. Saibam que estamos prontos, vigilantes e que defenderemos cada centímetro do território da Otan", afirmou Rutte.
Diante da agressão, a Polônia invocou o Artigo 4 do Tratado da Otan, que permite levar temas ao Conselho do Atlântico Norte, o principal órgão de decisão do grupo. Desde 1949, o dispositivo foi acionado sete vezes, sendo a mais recente em 24 de fevereiro de 2022, no início da invasão russa em larga escala à Ucrânia.
"Não tenho motivos para afirmar que estamos à beira da guerra, mas uma linha foi cruzada e é incomparavelmente mais perigoso do que antes", declarou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk. "Esta situação nos aproxima mais do que nunca de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial".
O Kremlin não se pronunciou de imediato. O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, afirmou que apenas o Ministério da Defesa russo poderia comentar o caso. A TV estatal russa veiculou que a violação poderia ter sido uma operação de “bandeira falsa” da Ucrânia. Por sua vez, o governo da Bielorrússia declarou que os drones teriam se perdido em suas rotas após serem afetados pelo sistema de guerra eletrônica de Kiev.