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Oxfam denuncia aumento de mortes e violações no Congo

País vive uma ''catástrofe'' e milhões de pessoas já se encontram ''à mercê das milícias'' rebeldes

Coluna de fumaça é observada de Kinshasa, no outro lado do rio Congo, procedente da explosão em Brazzaville (Marc Hofer/AFP)

Coluna de fumaça é observada de Kinshasa, no outro lado do rio Congo, procedente da explosão em Brazzaville (Marc Hofer/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 21h59.

Nova York - O leste da República Democrática do Congo (RDC) registrou um ''drástico'' aumento no número de assassinatos, sequestros de crianças, saques e violações nas regiões das províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul devido à lacuna de poder e a proliferação de grupos armados, alertou nesta segunda-feira a Oxfam.

Segundo a organização internacional, o país vive uma ''catástrofe'' e milhões de pessoas já se encontram ''à mercê das milícias'' rebeldes enquanto o conflito no país se dirige para ''uma anarquia generalizada'' na qual a população sofre ''níveis alarmantes de assassinatos, sequestros e abusos''.

''As organizações locais informam sobre uma dramática ascensão no número de recrutamento forçado de menores, assassinatos, saques e violações nas duas províncias orientais de Kivu do Norte e Kivu do Sul devido à lacuna de segurança e à proliferação de grupos armados'', assinalou a Oxfam em comunicado.

Os grupos rebeldes que atuam no leste da RDC tomaram o controle de ''vastas extensões'' da região e provocaram ''uma aterrorizadora ausência de autoridade e segurança estatais'' que levou cerca de meio milhão de pessoas a abandonar seus lares nos últimos quatro meses.

''Chegamos a um novo nível de miséria no conflito do Congo, em um momento em que os massacres passam quase despercebidos'', disse no mesmo comunicado a diretora adjunta da Oxfam na RDC, Elodie Martel, que lamentou o ''caos'' que vive a região oriental do país ''sem a presença governamental''.


''A crise humanitária se transformou em catástrofe'', acrescentaram os dirigentes da Oxfam, que lançaram um apelo ao mundo para que ''a proteção dos cidadãos congoleses e uma solução para as dimensões regionais do conflito'' se tornem ''o mais importante'' da agenda internacional.

Para Martel, ''a falta de ação para deter os massacres e os abusos que o povo congolês sofre é repugnante'', por isso a representante convocou a ''Nações Unidas, o governo da RDC, governos regionais e a comunidade internacional'' a ''deter a catástrofe do Congo de uma vez por todas''.

Os dados da Oxfam indicam que, desde janeiro, foram registrados mais de 20 mil casos de cólera e 481 mortes por essa doença em todo o país.

Além disso, a região oriental da RDC vive constantes enfrentamentos entre o exército e os rebeldes do M23, que se sublevaram há mais de quatro meses, para protestar contra a perda de poder que o Executivo de Kinshasa havia imposto a seu líder, e reivindicam novas negociações com o governo. 

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