Mundo

País que mais cresce no mundo, Guiana confirma reeleição de Irfaan Ali como presidente

De origem indiana e membro da comunidade muçulmana, o presidente reeleito Irfaan Ali tem sido um firme defensor do território do Essequibo

Irfaan Ali, presidente da Guiana, que busca a reeleição, durante comício em Georgetown (Joaquin Sarmiento/AFP)

Irfaan Ali, presidente da Guiana, que busca a reeleição, durante comício em Georgetown (Joaquin Sarmiento/AFP)

Publicado em 7 de setembro de 2025 às 14h56.

A Comissão Eleitoral da Guiana declarou formalmente Irfaan Ali como presidente eleito do país, após a vitória de seu Partido Progressista do Povo/Cívico (PPP/C) nas eleições gerais e regionais de 1º de setembro.

A cerimônia de posse para um segundo mandato consecutivo será realizada neste domingo na Casa do Governo, em Georgetown, onde Ali fará um discurso para milhares de convidados.

O país, vizinho ao Brasil, é o que mais cresce no mundo. Sua economia aumentou seis vezes de tamanho em dez anos: era de US$ 4,2 bilhões em 2015 e atingiu US$ 24 bilhões em 2024. O crescimento supera dois dígitos desde 2020, com números como 63% de alta em 2022, 34% em 2023 e 43% em 2024, segundo o Banco Mundial.

Esse ritmo deve seguir forte, com previsão de crescer a uma média anual de 14% nos próximos cinco anos, nas contas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Anúncio oficial

A vitória do PPP/C nas eleições já era conhecida há dias com a publicação das atas de apuração, mas faltava o anúncio oficial da Comissão Eleitoral, que foi adiado devido ao pedido da oposição de recontagem dos votos em um distrito.

De acordo com os resultados finais anunciados pela Comissão Eleitoral, o PPP/C obteve uma vitória contundente com mais de 240 mil votos a seu favor, o que se traduz em uma maioria de 36 cadeiras na Assembleia Nacional (Parlamento).

Enquanto isso, o recém-criado partido Investimos na Nação (WIN) obteve aproximadamente 109 mil votos, o que lhe garante 16 cadeiras; a Aliança de Unidade Nacional (APNU) obteve 77 mil votos e 12 cadeiras; e o Movimento Avante Guiana obteve uma cadeira.

O PPP/C venceu em oito dos dez distritos eleitorais, incluindo as Regiões Quatro e Oito, tradicionais redutos da APNU, que foi o grande derrotado nas eleições.

O WIN, formado no último mês de junho pelo empresário sancionado pelos Estados Unidos Azurddin Mohamed, desbancou a APNU como o principal partido da oposição.

Em uma mensagem ao vivo, após a divulgação dos resultados oficiais, Ali assegurou a todos os guianenses que a vitória não é apenas para seu partido, mas para todo o país.

"Esta é uma vitória que não exclui ninguém. Cada comunidade conta. Cada cidadão importa", declarou o presidente, de 45 anos.

Ali destacou que a ampla vitória do PPP/C se deve à "trajetória estelar dos últimos cinco anos".

"As promessas cumpridas são mais fortes que as promessas feitas. O progresso fala mais que a propaganda", ressaltou.

Quem é Irfaan Ali

De origem indiana e membro da comunidade muçulmana, o presidente reeleito Irfaan Ali tem sido um firme defensor do território do Essequibo, uma região de 160 mil km² rica em petróleo e minerais que a Venezuela reivindica desde a época colonial.

A vasta região representa dois terços da superfície da Guiana, e Ali, com o apoio dos Estados Unidos, adotou uma postura intransigente na defesa da região.

Ali nasceu em 25 de abril de 1980 em Leonora, um vilarejo na margem ocidental do rio Demerara, a cerca de 15 quilômetros da capital Georgetown.

É filho de um casal de professores e estudou no Reino Unido e na Jamaica. Tem doutorado em urbanismo e planejamento regional e, antes de ser presidente, trabalhou em vários ministérios.

Foi eleito deputado pela primeira vez em 2006. Fontes políticas afirmam que o ex-presidente (1999-2011) e secretário-geral do Partido Progressista do Povo (PPP/C), Bharrat Jagdeo, o escolheu como candidato presidencial em 2020. Naquela eleição, derrotou o então presidente David Granger.

É o primeiro presidente a se beneficiar das riquezas petrolíferas, exploradas desde 2019. Pai de dois filhos, afirma regularmente que os rendimentos do petróleo devem ser administrados pensando nas futuras gerações.

Acompanhe tudo sobre:GuianaEleições

Mais de Mundo

Às vésperas da Assembleia da ONU, visto brasileiro pode virar alvo de mais restrições dos EUA

Rússia atinge sede do governo da Ucrânia no maior bombardeio da guerra

Urnas abrem na província de Buenos Aires para eleições legislativas com impacto nacional

Milhares de fiéis celebram a canonização do primeiro santo millennial no Vaticano