Trump se aproxima do fim do prazo para acordos comerciais e tarifas mais altas entram em vigor
Redatora
Publicado em 31 de julho de 2025 às 17h30.
Última atualização em 31 de julho de 2025 às 17h37.
O prazo estabelecido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a aplicação de tarifas “recíprocas” sobre importações termina na sexta-feira, 1º. Com o fim da suspensão temporária, países que não firmaram acordos comerciais com os EUA passarão a enfrentar tarifas entre 15% e 35%.
Desde abril, quando foi lançado o chamado “Dia da Libertação”, o governo Trump prometeu vários acordos em ritmo acelerado, mas até o momento foram apenas oito acertos formais em 120 dias. Alguns países parceiros importantes, como Canadá, México, Índia e Austrália, ainda não chegaram a um entendimento e podem ser impactados pelas novas taxas.
Os países que conseguiram concluir negociações antes do prazo, foram:
País | Data do Acordo | Tarifa após o acordo | Tarifa antes do acordo |
---|---|---|---|
Reino Unido | 8 de maio | 10% | 25% |
Vietnã | 2 de julho | 20% | 46% |
Indonésia | 15 de julho | 19% | 32% |
Filipinas | 22 de julho | 19% | 20% |
Japão | 23 de julho | 15% | 25% |
União Europeia | 27 de julho | 15% | 30% |
Coreia do Sul | 31 de julho | 15% | 25% |
China | 12 de maio (em andamento até 12 de agosto) | 30% | 145% |
O Reino Unido foi o primeiro país a fechar um acordo comercial com os Estados Unidos, em maio, com tarifas básicas reduzidas para 10%. No entanto, questões como tarifas sobre aço, alumínio e o imposto sobre serviços digitais ainda estão em negociação.
O Vietnã, que teve sua tarifa reduzida de 46% para 20% em julho, enfrenta dúvidas sobre a aplicação de uma tarifa de transbordo de 40% usada para combater o desvio de produtos chineses por meio de seu território. Já a Indonésia reduziu a tarifa de 32% para 19% e comprometeu-se a eliminar barreiras tarifárias e não tarifárias para produtos americanos, principalmente em setores agrícolas e energéticos.
As Filipinas tiveram uma redução marginal de 20% para 19% e se comprometeram a abrir seu mercado para os EUA sem tarifas adicionais, além de firmar uma cooperação militar ainda pouco detalhada.
O Japão, com tarifa reduzida de 25% para 15%, garantiu tratamento preferencial para o setor automotivo e anunciou investimentos de US$ 550 bilhões nos EUA, com previsão de que 90% dos lucros sejam destinados ao mercado americano.
A União Europeia, que teve sua tarifa cortada pela metade, para 15%, aceitou um acordo após longas negociações, mas o pacto gerou críticas de lideranças como o primeiro-ministro francês, enquanto a Comissão Europeia afirmou ser o melhor possível.
A Coreia do Sul foi o último país a selar acordo, também com tarifa de 15%, e comprometeu-se a aportar US$ 350 bilhões em investimentos americanos, especialmente nos setores de semicondutores e construção naval.
Por fim, a China segue sem acordo formal, sob uma trégua temporária que reduz as tarifas a 30% após picos de até 145% em maio. A trégua expira em 12 de agosto, e a ausência de avanços recentes nas negociações aumenta a expectativa de novas medidas tarifárias para o país.
Entre os parceiros comerciais que ainda não chegaram a um entendimento com os EUA estão: