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Papa considera separação necessária em alguns casos

A reflexão faz parte dos intensos debates que os bispos mantêm há mais de um ano sobre como encarar os desafios da família contemporânea


	O papa Francisco, em Roma: "Peçamos ao Senhor uma grande fé para ver a realidade com o olhar do Senhor"
 (Alberto Pizzoli/AFP)

O papa Francisco, em Roma: "Peçamos ao Senhor uma grande fé para ver a realidade com o olhar do Senhor" (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2015 às 13h32.

O Papa Francisco reconheceu nesta quarta-feira que a separação de um casal, em alguns casos, é inevitável e "moralmente necessária", principalmente quando reina a violência doméstica, em uma mensagem de abertura ante os desafios da família moderna.

"Existem casos em que a separação é inevitável, inclusive moralmente necessária, para tirar os filhos da violência e da exploração e até da indiferença e estranhamento", afirmou o papa ante milhares de peregrinos reunidos na audiência-gerla de quarta-feira na praça de São Pedro.

"Peçamos ao Senhor uma grande fé para ver a realidade com o olhar do Senhor", enfatizou.

A mensagem do papa foi lançada um dia depois da apresentação no Vaticano do documento que guiará em outubro o sínodo dos bispos de todo mundo dedicado à família e no qual propõe "acompanhar os divorciados e as famílias com filhos gays".

O papa falou das "feridas profundas" que provoca a separação aos filos e rejeitou o termo "casais irregulares".

"Não estaremos anestesiados em relação às feridas da alma dos filhos? Quando mais se tenta compensar com presentes, mais se perde o sentido das feridas da alma", afirmou.

"Como acompanhar os casais em dificuldades", questionou ainda.

A reflexão faz parte dos intensos debates que os bispos mantêm há mais de um ano sobre como encarar os desafios da família contemporânea, em particular a delicada questão de autorizar a comunhão para os divorciados que voltaram a casas, argumento que gera divisões.

A Santa Sé revelou que conseguiu um "acordo comum" para propor um "caminho penitencial", sob a autoridade dos bispos, para reintegrar à Igreja católica os divorciados que voltaram a se casar, algo que foi considerado um sinal de abertura.

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