Monsenhor Jorge Ignacio Garcia Cuerva (C), Arcebispo de Buenos Aires, lidera uma missa pela cura do Papa Francisco na Praça da Constituição, o lugar onde, quando o Papa Francisco era arcebispo de Buenos Aires, ele celebrava missas anuais para denunciar a exclusão e o tráfico de pessoas em Buenos Aires, em 24 de fevereiro de 2025. O Papa Francisco, hospitalizado devido a uma pneumonia bilateral, continua em estado crítico, mas está apresentando "leve melhora", anunciou o Vaticano na noite de segunda-feira, à medida que cresce a preocupação com o pontífice argentino de 88 anos. (Foto de Luis ROBAYO / AFP) ( Luis ROBAYO/AFP)
Redação Exame
Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 06h34.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2025 às 06h39.
O papa Francisco, 88 anos, hospitalizado em estado crítico por uma pneumonia bilateral, "descansou bem" durante a noite, anunciou o Vaticano na manhã de terça-feira, 25.
"O papa descansou bem, toda a noite", afirmou a Santa Sé em um breve comunicado, no 12º dia de sua hospitalização em Roma, a mais longa desde que foi eleito sumo pontífice em 2013.
Na segunda-feira, o Vaticano informou que o papa argentino teve "uma leve melhora".
"A condição clínica do Santo Padre, embora continue crítica, registrou uma leve melhora. Hoje não houve episódios de crise respiratória asmática; alguns exames laboratoriais apresentaram melhora", indicou a Santa Sé em um comunicado publicado na segunda-feira à noite.
"A insuficiência renal leve" que ele apresenta desde domingo "não é preocupante", esclareceu o comunicado.
Uma fonte vaticana afirmou algumas horas antes que Francisco conseguia se levantar e comer normalmente, não sentia dor e seu estado de ânimo seguia "bom".
O estado de saúde do líder da Igreja Católica, hospitalizado desde 14 de fevereiro, piorou no sábado com "um ataque asmático prolongado que exigiu oxigênio de alto fluxo", e problemas hematológicos que exigiram "a administração de uma transfusão de sangue".
Papa tem carta de renúncia assinada há mais de 10 anosNa segunda-feira, 24, centenas de argentinos compareceram a uma missa a céu aberto na praça de Buenos Aires, onde o papa Francisco pregava contra a exclusão quando era arcebispo. Jorge García Cuerva, arcebispo de Buenos Aires, presidiu a missa pela recuperação do pontífice argentino.
Seu papado "é um sopro de oxigênio para um mundo asfixiado pela violência, exclusão e o egoísmo", disse Cuerva, cercado de bandeiras da Argentina, imagens da Virgem e cartazes com frases como "Francisco, rezo por você".
A missa foi realizada na Praça da Constituição, a poucos metros de um dos principais terminais ferroviários de Buenos Aires, por onde circulam milhares de pessoas diariamente e em cujos arredeores é comum ver prostitutas, ambulantes e pessoas dormindo nas ruas.
Nesse local, o papa realizou missas anuais quando era arcebispo, entre 1998 e 2013. "Nesta praça, Francisco dizia que a nossa sociedade está cheia de homens e mulheres agredidos. Que algumas organizações ligadas ao tráfico e ao narcotráfico fazem dela uma fábrica de escravos, uma verdadeira moedora de carne", disse Cuerva em seu sermão.
"Aqui na praça se vê a vida mais crua, sem maquiagem. Você vê tudo o que as consequências do tráfico de drogas e pessoas às vezes significam", acrescentou o arcebispo à AFP.
A estudante de psicologia Marcela Jiménez, 31, ressaltou que "esta era a praça onde ele mais denunciava a exclusão, discriminação e injustiça social, que se vê muito neste bairro".
Emocionada, a missionária Mariana Martinez, 49, disse à AFP: "Francisco foi o primeiro sacerdote com que cruzei no metrô. Sempre gostei de vê-lo próximo, com as pessoas. Por isso é meu mentor. Ver tudo isso deve ser para ele um grande afago no coração."
Participaram da missa organizações sociais e de combate ao tráfico de pessoas, e bombeiros voluntários, entre outros.
Com informações de AFP