Mundo

Papa Leão XIV faz apelo à paz mundial citando Ucrânia, Gaza e Caxemira

Pontífice leu mensagem ao final da oração Regina Coeli ("Rainha da Paz", em português), sua primeira aparição pública em ato litúrgico aberto ao público desde que foi anunciado

Papa Leão XIV: pontífice fez primeira aparição pública para um momento litúrgico aberto ao público (Tiziana FABI /AFP)

Papa Leão XIV: pontífice fez primeira aparição pública para um momento litúrgico aberto ao público (Tiziana FABI /AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 11 de maio de 2025 às 08h31.

O Papa Leão XIV fez um apelo pela paz mundial e o fim de conflitos em diversas regiões do mundo neste domingo, 11, em uma mensagem lida ao fim da oração da Regina Coeli ("Rainha da Paz", em português), sua primeira aparição pública para um momento litúrgico aberto ao público desde que foi anunciado como líder da Igreja Católica na quinta-feira. O Pontífice citou nominalmente as guerras na Ucrânia, em Gaza e os conflitos entre Índia e Paquistão na região da Caxemira, pedindo uma resolução pacífica para todos.

Da sacada da Basílica de São Pedro, Leão XIV relembrou os horrores da Segunda Guerra Mundial antes de se referir aos conflitos atuais. Ele disse seguir o caminho de seu antecessor, o Papa Francisco, para se dirigir "aos grande do mundo" em um apelo para de "nunca mais à guerra". Foi então que mencionou nominalmente alguns cenários específicos.

"Trago no meu coração o sofrimento do amado povo ucraniano. Que se faça tudo aquilo que for possível para alcançar o mais rápido possível uma paz autêntica, justa e duradoura. Que sejam libertados todos os prisioneiros e que as crianças possam retornar às próprias famílias", disse o Pontífice.

A mensagem sobre o conflito no Leste Europeu ocorre um dia após o presidente russo, Vladimir Putin, propor uma negociação direta entre Rússia e Ucrânia no próximo dia 15, na Turquia, a fim de discutir um possível cessar-fogo incondicional de 30 dias. Putin afirmou que não há "condição prévia" para a negociação. Em uma manifestação neste domingo, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky afirmou que Moscou "começa a considerar a paz", e disse que a proposta de Putin é um "sinal positivo".

O Vaticano ficou mais lotado neste domingo que nos dias do conclave que elegeu o Papa Leão XIV. Cerca de 200 mil pessoas eram esperadas na Praça de São Pedro para ver a primeira benção dominical do novo pontífice.

Um forte esquema de segurança interditou as principais vias que dão acesso ao Vaticano. Pais levantavam crianças nos ombros para que pudessem ver o Papa. Houve muita emoção na praça quando ele saudou o Dia das Mães, que hoje é celebrado na Itália, no Brasil e em outros países. Ao lembrar a data, Leão XIV abençoou as mães vivas e as que “já estão no céu”.

No sábado, o Papa Leão XIV explicou que escolheu seu nome para mostrar compromisso com a doutrina social da Igreja. Ele se inspirou em Leão XIII, pontífice que defendeu os trabalhadores na era da Revolução Industrial. O novo Pontífice também exaltou o legado de Francisco e fez uma visita surpresa ao túmulo do antecessor em Roma.

Leão XIV disse que o avanço da tecnologia e da inteligência artificial impõe desafios semelhantes aos da Revolução Industrial, mais de um século atrás.

"Na verdade, são várias as razões", disse o Papa sobre a escolha. "Mas a principal é porque o Papa Leão XIII, com a histórica encíclica Rerum novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande Revolução Industrial. E, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho".

No encontro com o colégio de cardeais, Leão XIV voltou a elogiar o Papa Francisco. Disse que o antecessor se notabilizou pelo “estilo de total dedicação ao serviço e sobriedade essencial na vida” e afirmou que continuará a conduzir a Igreja numa direção mais missionária, com maior cooperação entre os líderes eclesiásticos e proximidade com os marginalizados.

"O Papa, de São Pedro até mim, seu indigno sucessor, é um humilde servo de Deus e de seus irmãos, e nada mais do que isso. Os exemplos de muitos dos meus antecessores, como o Papa Francisco, demonstraram isso claramente. Acolhamos esta preciosa herança e retomemos o caminho, animados pela mesma esperança que vem da fé", pediu.

Visita ao túmulo

Terminados seus compromissos institucionais, Leão XIV fez uma visita surpresa ao Santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Genazzano, a cerca de 65 km de Roma — uma pequena vila com pouco mais de cinco mil habitantes. Lá, foi cercado, pela primeira vez, por uma pequena multidão, e abençoou os fiéis reunidos na pequena praça em frente à igreja, administrada por padres agostinianos como ele.

À tarde, Leão XIV fez outra parada fora do roteiro. De volta a Roma, o Pontífice parou na Basílica Santa Maria Maior, onde rezou diante do túmulo do Papa Francisco. Saudado por fiéis que visitavam a igreja, ele passou cerca de 30 minutos orando diante da sepultura do antecessor, onde depositou uma rosa-branca.

Novo brasão

A Santa Sé também divulgou neste sábado o brasão e a assinatura do novo Papa Leão XIV. Em comunicado, o Vaticano afirmou que o brasão “oferece um reflexo claro de suas raízes agostinianas e dos valores que procura promover durante seu pontificado, particularmente a unidade e a comunhão no seio da Igreja”.

Acompanhe tudo sobre:Papa Leão XIVPapasIgreja Católica

Mais de Mundo

Trump diz que assinará decreto para reduzir preços dos medicamentos nos EUA em até 80%

EUA e China anunciam importantes avanços em negociações comerciais

Israel diz que guerra em Gaza vai continuar, apesar da libertação de refém

Hamas anuncia que vai libertar refém israelense-americano Edan Alexander