Agência de Notícias
Publicado em 9 de setembro de 2025 às 16h53.
O papa Leão XIV descreveu nesta terça-feira como "realmente sério" o ataque israelense a prédios residenciais em Doha, onde os líderes do Hamas estavam hospedados, bem como a evacuação da Cidade de Gaza, quando perguntado ao deixar o Palácio de Castel Gandolfo antes de retornar ao Vaticano.
"Nesses minutos, há notícias realmente sérias, o ataque de Israel contra alguns líderes do Hamas no Catar. Toda a situação é muito séria. Não sabemos para onde as coisas estão indo, temos que rezar", disse o pontífice.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) confirmaram um "ataque preciso contra a alta liderança" do Hamas, e um funcionário israelense detalhou à Agência EFE que o bombardeio ocorreu em Doha, capital do Catar, onde residem vários líderes do grupo islâmico.
Também questionado sobre a situação em Gaza, o papa disse que "a situação é realmente séria".
"Toda a situação é realmente grave, a evacuação da cidade, não sabemos para onde as coisas estão indo. É sempre grave", analisou o líder religioso.
O papa relatou que tentou conversar com o pároco da única igreja católica em Gaza, a Igreja da Sagrada Família, mas ainda não conseguiu estabelecer contato.
"Tentei ligar para o pároco agora, não tenho notícias, mas eles certamente estavam bem", declarou.
Na última quinta-feira, o papa recebeu no Vaticano o presidente israelense, Isaac Herzog, com quem discutiu a necessidade de "garantir um futuro para o povo palestino" e expressou sua confiança de que um "cessar-fogo permanente pode ser alcançado com urgência".
Essa reunião ocorreu no contexto de uma tentativa de descongelamento nas relações entre o Vaticano e Israel, após a crise diplomática resultante do bombardeio em julho da única paróquia católica em Gaza, onde mais de 400 pessoas, incluindo crianças e pessoas com necessidades especiais, estavam abrigadas.
O pontífice reiterou várias vezes seu apelo por um cessar-fogo permanente, enfatizando a necessidade urgente de acabar com a violência e abrir caminhos para o diálogo.