Mundo

Partido neonazista grego faz nova ameaça a muçulmanos

O porta-voz do Amanhecer Dourado ameaçou criar uma "frente" contra a construção de uma mesquita em Atenas


	Ilias Kassidiaris: a polícia indicou que "analisa" esta ameaça (Louisa Gouliamaki/AFP)

Ilias Kassidiaris: a polícia indicou que "analisa" esta ameaça (Louisa Gouliamaki/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2013 às 12h52.

Atenas - O porta-voz e deputado do partido neonazista grego Amanhecer Dourado atacou os muçulmanos residentes na Grécia e ameaçou criar uma "frente" contra a construção de uma mesquita em Atenas.

"Se uma mesquita for construída para os criminosos islamitas que estão na Grécia (...) uma frente de 100.000 gregos sob a direção do Amanhecer Dourado será criada", declarou domingo à noite o porta-voz, Ilias Kassidiaris, em um discurso retransmitido pela televisão pública Net.

Esta declaração ocorre após o recebimento de uma carta com o símbolo do partido nazista, recebida no fim de semana pela associação dos muçulmanos da Grécia, ameaçando "matar" os muçulmanos na Grécia "como cordeiros para o abate" se não deixarem a Grécia até 30 de junho.

"Assassinos muçulmanos vocês têm até 30 de junho para fechar seus bordeis (sic) na Grécia e partirem", indica o texto postado na internet pela associação.

A polícia indicou que "analisa" esta ameaça.

Assumindo um discurso violentamente xenófobo e antissemita, e como emblema o antigo meandro grego, que se assemelha a uma suástica, o Amanhecer Dourado entrou pela primeira vez no Parlamento grego em junho de 2012, com 7% dos votos e 18 cadeiras, em um país mergulhado na crise desde 2009.

Exceto na região da Trácia, ao norte do país, onde desde o início do século XX vive uma minoria muçulmana de origem turca, o país não tem mesquita em atividade.

Um projeto de construção em Atenas, que remonta a mais de uma década, tem sido repetidamente adiado por sucessivos governos, criando uma polêmica em um país de maioria ortodoxa cristã e onde a Igreja, não separada do estado, é muito poderosa.

No entanto, pressionado pelo afluxo de imigrantes muçulmanos da Ásia nos últimos anos, cujo número é de cerca de 500 mil agora, obrigados a transformar apartamentos degradados em locais de culto, o governo comprometeu-se recentemente a levar adiante este projeto, previsto para um bairro pobre de Atenas.

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEuropaGréciaMuçulmanosNazismoPiigs

Mais de Mundo

Quem é Friedrich Merz, novo chanceler da Alemanha que quer independência dos EUA

Hamas diz que não vai retomar negociação com Israel até que país solte detentos palestinos

Guerra na Ucrânia completa três anos e Zelensky elogia 'heroísmo' da população

Principal alvo das tarifas sobre metais é a China, diz ex-assessora de comércio da Casa Branca