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Passagem de Rafah seguirá fechada, diz Israel, contrariando Egito

A abertura da fronteira dependerá do cumprimento das obrigações pelo Hamas, incluindo a entrega dos restos mortais de reféns, enquanto mediadores internacionais pressionam por um cessar-fogo estável

Ajuda humanitária parada na Faixa de Gaza, em janeiro de 2025.

Ajuda humanitária parada na Faixa de Gaza, em janeiro de 2025.

Ana Dayse
Ana Dayse

Colaboradora

Publicado em 18 de outubro de 2025 às 14h08.

O Gabinete do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou neste sábado que a passagem de Rafah, que conecta a Faixa de Gaza ao Egito, continuará fechada até novo aviso, contrariando a expectativa criada pela Embaixada da Palestina no Egito, que havia informado que a fronteira seria reaberta na segunda-feira (20).

Segundo o comunicado oficial, a abertura da travessia dependerá do cumprimento, por parte do Hamas, das obrigações acordadas no cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, incluindo a entrega dos restos mortais dos reféns falecidos e a implementação do quadro negociado.

A decisão mantém o acesso de civis e ajuda humanitária restrito, agravando a crise humanitária em Gaza, onde a população enfrenta escassez de alimentos, medicamentos e combustíveis. Desde o início do conflito, mais de 67 mil palestinos foram mortos, segundo autoridades de saúde locais, e milhares de deslocados aguardam retorno seguro às suas casas.

Organizações internacionais, como o Programa Mundial de Alimentos da ONU e a Cruz Vermelha, destacam que a limitação do fluxo de suprimentos impede a entrega de ajuda essencial, que já foi insuficiente mesmo durante cessar-fogos temporários. Atualmente, a maior parte da ajuda entra pela travessia israelense de Kerem Shalom, sujeita a restrições de horário, rejeição de cargas e problemas logísticos.

A tensão diplomática se intensifica, já que a reabertura de Rafah é vista como um passo crítico para aliviar a situação humanitária e permitir a circulação segura de pessoas.

Especialistas em geopolítica apontam que o fechamento unilateral da passagem por Israel coloca pressão sobre os mediadores internacionais, incluindo os Estados Unidos e parceiros árabes, que buscam consolidar o cessar-fogo e garantir que os compromissos do Hamas sejam cumpridos.

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