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Payroll: EUA criam 143 mil empregos em janeiro, abaixo do esperado

Desemprego caiu para 4%; dados sinalizam que economia americana continua aquecida

Anúncio de vaga de emprego na Flórida, (Joe Raedle/Getty Images)

Anúncio de vaga de emprego na Flórida, (Joe Raedle/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 10h34.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2025 às 11h46.

O número de vagas de emprego criadas em janeiro nos Estados Unidos foi de 143  mil, e a taxa de desemprego atingiu 4%, informou o governo americano nesta sexta-feira, 7.

O índice de desemprego teve ligeira queda. Nos últimos oito meses, ela esteve entre 4,1% e 4,2%. O total de pessoas sem emprego é de 6,8 milhões de pessoas.

A expectativa de analistas era de que haveria a criação de 169 mil vagas, de acordo com analistas ouvidos pelo jornal The Wall Street Journal. Eles esperavam ainda que o desemprego ficasse em 4,1%.

As áreas com maior criação de vagas foram atendimento de saúde, comércio varejista e assistência social. Por outro lado, houve quedas nas vagas em mineração e em extração de óleo e gás.

O número de janeiro é menor do que dezembro (256 mil naquele mês), mas próximo da média mensal para janeiro, de 166 mil.

Aumento de ganhos

O ganho médio por hora trabalhada subiu 0,5%, ou 17 centavos de dólar, e atingiu US$ 35,87. Nos últimos 12 meses, a média de ganho salarial foi de 4,1%.

"Há um ano, a remuneração por hora era de US$ 34,47, enquanto agora é de US$ 35,87. Isso representa um ganho semanal de US$ 1.223,17, o que pode impulsionar o consumo, mas também gerar pressão inflacionária", aponta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Na média, os americanos trabalharam 34,1 horas por semana. Na indústria, essa média foi de 40 horas.

Segundo o Wall Street Journal, a alta na imigração nos EUA desde a pandemia trouxe cerca de 10 milhões de pessoas aos EUA, boa parte delas em idade de trabalho, o que permitiu ao país criar mais postos de trabalho sem que a economia passe por um superaquecimento. Para os próximos meses, há dúvidas de como o mercado de trabalho se comportará, em meio a uma ampla ação do governo de Donald Trump para prender imigrantes que estejam em situação irregular no país, e também de um amplo programa de cortes de empregos no governo nacional.

Analistas apontam que os dados mostram que o cenário-base da economia se mantém, com desemprego muito baixo e inflação resistente. Em dezembro, o indicador PCE ficou em 2,6%, por exemplo.  Com isso, os números de emprego não devem afetar os rumos da política de juros. Em janeiro, o Fed pausou o movimento de queda de juros, e manteve a taxa no patamar de 4,25% a 4,50% ao ano.

“O ano começa com um cenário preocupante para a inflação nos EUA e as expectativas de mais dois cortes de 0,25 nas taxas de juros estão ameaçadas. Embora os detalhes das políticas comerciais e imigratórias do novo governo ainda não estejam claros, ambas têm potencial de pressionar a inflação", afirma Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad. "Com o que é possível enxergar neste momento, acredito que vamos para mais um ano de juros elevados e pressões sobre a taxa de câmbio."

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