Cesta de produtos em supermercado (Justin Tallis/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 09h36.
Última atualização em 26 de setembro de 2025 às 10h28.
O PCE (índice de preços de consumo pessoal), um dos principais indicadores de inflação dos Estados Unidos, atingiu 2,7% em agosto, informou o BEA (Escritório de Análises Econômicas) nesta sexta, 27. O valor se refere à soma dos últimos 12 meses. O avanço mensal foi de 0,3%.
O indicador PCE é considerado um dos favoritos do Fed, o banco central americano, para decidir sobre cortes de juros.
O mercado esperava alta anual de 2,7%, segundo levantamento do Wall Street Journal. O indicador havia atingido 2,6% em julho, na variação anual, o que demonstra que a inflação segue persistente.
No núcleo do PCE, indicador que exclui gastos com comida e energia, que são mais voláteis, houve alta mensal de 0,2%. A taxa anualizada dessa categoria está em 2,9%.
O relatório mostra, ainda, que renda pessoal avançou 0,4%, e os gastos com consumo aceleraram para 0,6%, ambos 0,1 ponto percentual acima do esperado.
"Os dados de gastos e renda pessoal também surpreenderam um pouco para cima, mostrando que o consumidor americano tem se mostrado resiliente, um ponto favorável para o consumo", diz Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
O mercado fica de olho no PCE por ele ser um dos principais termômetros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para aferir a inflação do país. A meta do Fed é trazer a inflação americana para 2%.
O Fed subiu as taxas de juros para tentar conter a inflação que veio após a pandemia e iniciou um movimento de baixa em 2024. No entanto, essa queda foi pausada no fim do ano passado, mas retomada neste mês. A taxa de juros atual está na faixa de 4% a 4,25%, com sinalização de novos cortes até o fim do ano. Um dos dados que o Fed observou foi a queda na geração de novas vagas de emprego no país.
O presidente Donald Trump pressiona o Fed para reduzir as taxas de juros. O republicano tem sido um crítico constante do Fed, acusando a instituição de não cortar os juros de forma agressiva o suficiente, o que, segundo ele, poderia impulsionar o crescimento econômico.
Os juros altos nos EUA atraem mais capitais ao país, o que reduz o fluxo para outros países, como o Brasil, que passam a ter mais dificuldade para captar recursos. A alta nos juros americanos também influencia a queda na taxa de juros do Brasil.