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Pentágono diz que ataque a instalações do Irã foi ponto alto de 15 anos de preparativos

Em entrevista coletiva, general americano explicou que foi decidido mirar em dois poços de ventilação em Fordow que os iranianos tentaram cobrir com concreto ‘para tentar impedir um ataque’

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 26 de junho de 2025 às 15h20.

Última atualização em 26 de junho de 2025 às 15h43.

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O Pentágono revelou novos detalhes nesta quinta-feira sobre os bombardeios a três instalações nucleares do Irã, uma operação na qual participaram “pilotos homens e mulheres” e que, segundo o comando militar dos Estados Unidos, foi o ponto alto de 15 anos de preparativos.

Na operação batizada de Midnight Hammer (“Martelo da Meia-Noite”) participaram cerca de 125 aeronaves, entre elas bombardeiros B-2 que lançaram poderosas bombas antibunker de 13.600 quilos sobre duas usinas de enriquecimento de urânio importantes: Fordow e Natanz. Um submarino também disparou mísseis Tomahawk contra a instalação de Isfahan.

Em um relato envolvente sobre as aproximadamente 37 horas que durou a operação, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, especificou em entrevista coletiva que este foi “o ponto alto de mais de 15 anos de desenvolvimento e testes” para conseguir penetrar em locais como Fordow, várias dezenas de metros abaixo do solo.

Segundo Caine, vários militares americanos “comiam, respiravam e sonhavam” com os preparativos para este momento.

“Nesta missão havia pilotos homens e mulheres”, detalhou Caine, que acrescentou que um dos militares participantes comparou-a ao Super Bowl pela sua magnitude, e que, de acordo com os testemunhos dos pilotos, a explosão em Fordow “foi a mais brilhante que eles já viram”.

Caine mostrou um vídeo sobre a capacidade das bombas antibunker lançadas contra as instalações iranianas e disse que, durante seu desenvolvimento, os cientistas militares foram os “maiores usuários de horas de supercomputador nos EUA”.

“Cada arma tinha um impacto, ângulo, alcance, rumo final e uma configuração de detonador únicos. O detonador é, na verdade, o que indica à bomba quando ela deve ser ativada. Quanto maior o atraso no dispositivo, maior será a penetração da arma e seu impacto no alvo”, explicou.

O general explicou que foi decidido mirar em dois poços de ventilação em Fordow que os iranianos tentaram cobrir com concreto “para tentar impedir um ataque” e afirmou que os planos americanos levaram em consideração as dimensões das coberturas, que foram penetradas, deixando uma abertura na planta à mostra.

“Ao contrário de uma bomba de superfície normal, não se verá uma cratera de impacto, pois elas são projetadas para se enterrar profundamente e depois funcionar. Sei que houve muitas perguntas a esse respeito. As seis armas em cada duto de ventilação de Fordow funcionaram exatamente onde deveriam”, reiterou.

Caine também afirmou que o comando militar “não avalia sua própria tarefa” diante de perguntas sobre um relatório preliminar de inteligência que limita a seis meses o atraso causado pelo ataque americano à capacidade do Irã de desenvolver uma arma nuclear.

“Isso é feito pela comunidade de inteligência”, limitou-se a afirmar.

Na mesma entrevista coletiva, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu o “sucesso retumbante” da operação e criticou as “notícias falsas” disseminadas pela imprensa “para prejudicar o presidente Donald Trump e diminuir suas conquistas”.

“Se vocês querem saber o que está acontecendo em Fordow, é melhor irem buscar uma pá grande, porque não há ninguém lá agora”, concluiu Hegseth.

A coletiva de Caine e Hegseth ocorreu depois que veículos de comunicação americanos noticiaram na quarta-feira que a Casa Branca planeja limitar a troca de informações confidenciais com o Congresso depois de a imprensa comprometer a eficácia da operação a partir de um relatório preliminar de inteligência que vazou para a rede CNN e o jornal The New York Times.

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