Mundo

Peter Turkson: cardeal de Gana pode ser o 1º Papa negro e africano da história moderna

Conclave que definirá o novo Pontífice começará a partir de duas semanas

Cardeal ganês Peter Turkson é um dos cotados para suceder o Papa Francisc (Franco Origlia/Getty Images)

Cardeal ganês Peter Turkson é um dos cotados para suceder o Papa Francisc (Franco Origlia/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 22 de abril de 2025 às 16h50.

Tudo sobrePapa Francisco
Saiba mais

Com a morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira, a Igreja Católica dará início nas próximas semanas ao processo de escolha de seu novo líder, o ritual conhecido como conclave. Entre os nomes cotados para assumir o pontificado está o do cardeal ganês Peter Turkson.

Caso seja escolhido, Turkson será o primeiro Pontífice negro e africano da história moderna. Há registros apenas de três papas do continente durante o início do primeiro milênio, que se acredita que eram negros. Mas desde então nenhum cardeal da África foi eleito para o cargo.

Turkson, de 76 anos, é arcebispo emérito de Costa do Cabo, em Gana, país onde nasceu em 11 de outubro de 1948. O cardeal já se manifestou sobre questões como crise climática, direitos humanos, pobreza e justiça econômica, e muitos acreditam que ele daria continuidade a reformas mais progressistas iniciadas por Francisco, caso seja escolhido.

Porém, o ganês também tem posicionamentos mais tradicionais sobre sacerdócio, aborto, casamento e homossexualidade. Ainda assim, durante o pontificado de Francisco, Turkson se mostrou mais flexível em relação a questões LGBTQIAP+, tendo argumentado que as leis em países africanos que criminalizam a homossexualidade seriam muito severas.

O cardeal realizou seus estudos em Roma no Pontifício Instituto Bíblico e no Seminário St. Anthony-on-Hudson, em Nova York, onde fez um mestrado em Teologia. Em 1992, foi nomeado arcebispo de Costa do Cabo. Também foi professor e é chanceler da Faculdade da Universidade Católica de Gana desde 2003.

Além disso, serviu como presidente da Conferência Episcopal Regional da África Ocidental (2007-2009), do Conselho Nacional da Paz de Gana (2006-2010) e do Pontifício Conselho Justiça e Paz, órgão da Cúria Romana responsável por ações de promoção da paz e da justiça social, em 2009 e 2013.

Foi nomeado cardeal ainda em 2003 pelo Papa João Paulo II. Participou de dois conclaves: o de 2005, que escolheu o Papa Bento XVI, e o de 2013, que elegeu o Papa Francisco. Em 2022, Francisco o nomeou chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais.

Desde a confirmação da morte de Francisco, o cardeal ganês surgiu como um dos nomes para sucedê-lo, especialmente entre os que têm expectativa de que a Igreja Católica escolha um primeiro Papa africano e negro da história moderna.

O conclave, ritual que decidirá o próximo Pontífice, terá início no prazo de 15 a 20 dias do falecimento de Francisco. O período é estabelecido para esperar a chegada de todos os cardeais eleitores que compõem o chamado Colégio Cardinalício.

Todos os membros do grupo são candidatos a assumir o pontificado, mas apenas aqueles abaixo de 80 anos podem votar. O Brasil tem 8 cardeais no Colégio, 7 votantes. Para ser escolhido, um nome precisa alcançar dois terços dos 135 cardeais com direito a voto.

Acompanhe tudo sobre:Papa FranciscoVaticanoIgreja Católica

Mais de Mundo

Em encontro com Boric, Lula diz que Trump trata latinos como 'inimigos'

Eleições no Canadá registram recorde de votação antecipada

Irã anuncia adiamento da reunião técnica nuclear com os EUA para sábado