Agência de Notícias
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 13h45.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, classificou nesta segunda-feira como "uma derrota" para o país a morte do senador opositor e pré-candidato presidencial Miguel Uribe Turbay, dois meses depois de ser gravemente ferido em um atentado em Bogotá.
"Por isso estamos tristes, nos dói a morte de Miguel, como se fosse um dos nossos. É uma derrota. Cada vez que um colombiano é assassinado, é uma derrota da Colômbia e da vida. Por isso o que resta é o luto e seguir em frente", escreveu Petro em uma mensagem em sua conta na rede social X.
O chefe de Estado ressaltou que "a vida está acima de qualquer ideologia" e lamentou que "em um governo progressista, amante da vida", tenha "ocorrido um atentado com trágico final contra um senador da oposição", em referência a Uribe Turbay, do partido de direita Centro Democrático.
Uribe Turbay, de 39 anos, estava internado desde 7 de junho, dia do atentado, na clínica Fundação Santa Fé de Bogotá, onde morreu à 01h56 desta segunda-feira, horário local (3h56 de Brasília), segundo o último boletim médico.
O político assassinado era neto do ex-presidente liberal Julio César Turbay (1978-1982) e filho da jornalista Diana Turbay, que também foi assassinada em 25 de janeiro de 1991 por narcotraficantes do Cartel de Medellín que a tinham sequestrado em agosto de 1990.
Uribe Turbay recebeu dois tiros na cabeça e um na perna esquerda durante um ato político no bairro bogotano de Modelia para as eleições presidenciais do próximo ano, nas quais aspirava ser o candidato do Centro Democrático, em oposição a Petro, que expressou seu pêsame à família do senador.
Por este crime, seis pessoas foram detidas, entre elas o pistoleiro, um jovem de 15 anos capturado minutos depois do atentado e com quem foi apreendida uma pistola Glock usada no ataque, mas as autoridades não conseguiram estabelecer a autoria intelectual.
"A investigação deve ser aprofundada. E serão as autoridades competentes para ela, ajudadas por especialistas internacionais, que se pronunciarão em seu momento. Ao governo cabe repudiar o crime e ajudar", destacou Petro.
A investigação é realizada pela Procuradoria Geral, que hoje anunciou que o caso será tipificado como magnicídio, ou seja, homicídio de uma pessoa por sua relevância política ou social, e pedirá uma nova audiência de acusação contra os réus, a quem acusará de homicídio qualificado, o que implica penas mais severas.
No Senado, Uribe Turbay foi um duro opositor a Petro e crítico de seu governo, em especial pelo aumento da violência de todo tipo e pelos escândalos de corrupção de pessoas de seu entorno.
"Seja de qualquer ideologia, a pessoa e sua família, sua vida e sua segurança é, para o governo, a prioridade", enfatizou Petro.
Nos dias posteriores ao atentado, os advogados de Uribe Turbay denunciaram que o governo não lhe ofereceu a proteção adequada, apesar de que neste ano foram apresentadas 23 solicitações para reforçar sua segurança, mas a Unidade Nacional de Proteção (UNP), que depende do Ministério do Interior, supostamente as ignorou.
"Não perseguimos nenhum membro da oposição, nem o faremos. Para nós, que fomos perseguidos e nossos amigos assassinados (pela militância na esquerda), é uma de nossas prioridades. A vingança não é o caminho da Colômbia. Por vinganças, levamos décadas de violência. Chega", assinalou hoje o presidente.