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PIB dos EUA se recupera e avança 3% no 2º trimestre, muito acima do esperado

Dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo governo americano

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, com a bandeira americana ao fundo (Andrew Reynolds/AFP)

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, com a bandeira americana ao fundo (Andrew Reynolds/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 30 de julho de 2025 às 09h32.

Última atualização em 30 de julho de 2025 às 11h17.

O produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 3% no segundo trimestre de 2025, em taxa anualizada, revertendo a queda no primeiro trimestre, quando houve retração de 0,5%.

O mercado esperava uma alta de 2,3% do PIB, segundo o Wall Street Journal.

A alta do PIB foi puxada por uma queda nas importações e por uma leve alta nos gastos dos consumidores, de 1,4%. O consumo responde por dois terços da economia americana e avançou em meio a um mercado de trabalho aquecido.

Ao mesmo tempo, houve queda de cerca de 3% nos investimentos e redução no consumo das empresas.

Já as vendas finais para pessoas físicas avançaram 1,2% no período, ante 1,9% no primeiro trimestre, o que indica que a demanda esteve mais fraca.

Recuperação após queda no 1º trimestre

No primeiro trimestre de 2025, a retração do PIB, primeiro anunciada como 0,3% e depois revisada para 0,5%, foi puxada por uma forte alta no volume de importações. Empresas buscavam se antecipar às tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump.

A economia americana lida com os efeitos do tarifaço de Donald Trump, que impôs uma série de novas taxas a importações. Além das cobranças em si, há um cenário de incerteza, dadas as idas e vindas das medidas.

Trump anunciou uma lista de tarifas recíprocas a quase todos os países do mundo em 2 de abril, mas recuou dias depois após uma queda forte no mercado de títulos americanos. As taxas foram adiadas, primeiro para 9 de julho e agora para 1º de agosto. Neste período, foram feitos acordos com vários países e com a União Europeia, mas ainda há diversos parceiros em situação incerta, como o Brasil, que poderá ser alvo de uma tarifa de 50%.

Em 2024, o país cresceu 2,8%. A taxa, no entanto, vinha em desaceleração. No quatro trimestre do ano passado, o crescimento do PIB havia sido de 2,4% na taxa anualizada, ante 3,1% no terceiro trimestre.

Impactos para o Fed

A alta do PIB deve dar mais uma razão ao Fed, o banco central americano, manter as taxas de juros americanas como estão. A instituição divulgará na tarde desta quarta a revisão dos juros, atualmente entre 4,25% e 4,5% ao ano, e a expectativa geral é que a taxa seguirá inalterada.

Ao comemorar o resultado do PIB, Trump voltou a cobrar que o Fed reduza a taxa de juros.

"PIB do 2T acabou de sair: 3%. Muito melhor que o esperado. 'Muito Tarde' deve baixar a taxa agora. Sem inflação! Deixe as pessoas comprarem e refinanciarem suas casas", postou o presidente, na rede Truth Social, citando o apelido pejorativo que ele usa para o presidente do Fed, Jerome Powell.

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