Japão: policiais pedem que as pessoas evacuem uma praia vazia na cidade de Fujisawa, província de Kanagawa, em 30 de julho de 2025, devido a um alerta de tsunami. (YUICHI YAMAZAKI/AFP/Getty Images)
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Publicado em 30 de julho de 2025 às 06h49.
Um terremoto de magnitude 8,8, que atingiu a costa leste da Rússia nesta quarta-feira, 30, provocou uma reação em cadeia que atravessou o Oceano Pacífico, gerando alertas de tsunami e evacuações em países como Japão, Estados Unidos, Filipinas, Chile e Indonésia.
Segundo a CNN, um evento meteorológico como este pode afetar diversas partes do mundo, mesmo a milhares de quilômetros de distância. A Península de Kamchatka, posicionada no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, é uma zona de intensa atividade sísmica e vulcânica, onde placas tectônicas colidem com frequência. Quando um terremoto ocorre no fundo do mar, como foi o caso, ele pode deslocar rapidamente grandes volumes de água, gerando ondas de tsunami que se espalham em todas as direções.
O cientista Yong Wei, do Laboratório Ambiental Marinho da NOAA e da Universidade de Washington, explicou à CNN que ondas de um tsunami podem viajar a cerca de 700 km/h — uma velocidade comparável à de um avião a jato. Apesar disso, nem todas as ondas atingem proporções catastróficas. A energia se concentra pela extensão de água ao atingir as costas dos países, podendo gerar sérios danos, segundo o especialista.
Kamchatka, Rússia: socorristas do Ministério de Situações de Emergência da Rússia inspecionando um prédio danificado após o terremoto de magnitude 8,8 atingir a Península de Kamchatka, em 30 de julho de 2025, na Rússia. (Emergency Situations of Russia / Handout/Anadolu/Getty Images)
Na Rússia, o tremor danificou edifícios, incluindo o colapso de um jardim de infância na região de Severo-Kurilsk. Fábricas de processamento de peixes foram alagadas e o distrito decretou estado de emergência.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se pronunciou nas redes sociais, orientando os norte-americanos a acompanharem os alertas pelo site oficial de tsunamis.
“Devido a um terremoto de grande magnitude ocorrido no Oceano Pacífico, um alerta de tsunami está em vigor para os moradores do Havaí. Um aviso de vigilância de tsunami foi emitido para o Alasca e a Costa do Pacífico dos Estados Unidos. O Japão também está na rota das ondas”, escreveu o republicano.
As primeiras ondas do tsunami chegaram ao Havaí horas após o terremoto na Rússia, levando autoridades a emitirem alertas e orientar a população a buscar áreas elevadas. Em Oahu, ilha havaiana, moradores lotaram postos de gasolina e supermercados em busca de suprimentos, enquanto o Exército dos EUA abriu vias militares para acelerar as evacuações.
Ondas de até 1,2 metro acima do nível do mar foram registradas na cidade e em Maui, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia. Como medida de precaução, todos os voos com origem e destino em Maui foram cancelados e os portos comerciais do estado foram temporariamente fechados. Embora o impacto inicial tenha sido moderado, autoridades reforçaram que o risco ainda não havia passado e pediram à população que mantivesse a vigilância.
Japão: pessoas formam fila para pagar o estacionamento ao deixarem a área à beira-mar do Parque Inage Seaside, após grande parte da costa do Japão entrar em alerta de tsunami, em 30 de julho. ((PHILIP FONG/AFP via Getty Images))
No Japão, as ondas atingiram diversas regiões da costa leste, desde Hokkaido até áreas próximas a Tóquio. Embora tenham sido menores que o previsto — cerca de 60 centímetros —, o governo manteve o alerta de evacuação em 21 províncias e mais de 1,9 milhão de pessoas foram orientadas a buscar abrigo em locais elevados, segundo o canal norte-americano.
A Agência Meteorológica do Japão destacou que, em casos de terremotos distantes, pode levar muitas horas até que seja possível afirmar com segurança que o risco de tsunami passou. Em 2010, por exemplo, após um tremor no Chile, o alerta só foi suspenso um dia depois.