Mundo

Portugal se divide entre conservador e socialista em eleição

O noroeste do país é, em linhas gerais, consideravelmente mais rico e desenvolvido industrialmente do que o sudeste, de estilo mais rural


	Homem carrega bandeira de Portugal: mapa reflete também a queda de votos dos conservadores lusos, apesar de sua vitória, já que em 2011 ganharam em todo o país, exceto em quatro distritos
 (AFP)

Homem carrega bandeira de Portugal: mapa reflete também a queda de votos dos conservadores lusos, apesar de sua vitória, já que em 2011 ganharam em todo o país, exceto em quatro distritos (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2015 às 11h17.

Lisboa - As eleições legislativas de ontem em Portugal mostram que o país está dividido politicamente em dois, já que em todas as regiões do norte os conservadores ganharam, enquanto no sul venceram os socialistas.

O mapa de vencedores pelos 20 distritos eleitorais nos quais Portugal se divide - incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores - dá também o triunfo à coalizão de centro-direita liderada pelo atual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que se impôs em 13 deles.

O candidato socialista, António Costa, foi o mais votado nos outros sete, localizados entre as regiões de Algarve, Alentejo, e Beira Baixa e Açores.

Em termos econômicos, o noroeste do país é, em linhas gerais, consideravelmente mais rico e desenvolvido industrialmente do que o sudeste, de estilo mais rural.

Caso significativo é o da região de Lisboa - que além da cidade, inclui todos os municípios a seu ao redor -, já que Costa foi prefeito durante sete anos da capital lusa, mas foi Passos Coelho quem venceu.

O mapa reflete também a queda de votos dos conservadores lusos, apesar de sua vitória, já que em 2011 ganharam em todo o país, exceto em quatro distritos.

De fato, segundo os dados da apuração provisória do Ministério de Administração Interna, a aliança entre os socialdemocratas presididos por Passos Coelho e os democratas-cristãos do CDS-PP - que em 2011 se apresentaram separadamente e agora fizeram isso com listas conjuntas - conseguiu em torno de 2,1 milhões de votos, 20% a menos que na eleição anterior.

Se a análise for feita por município, a vitória de Pedro Passos Coelho é especialmente expressiva nos grandes centros urbanos.

Das dez cidades mais populosas de Portugal, o aspirante de centro-direita venceu em seis delas, incluindo as três principais do país: Lisboa, Porto e Vila Nova de Gaia.

Os socialistas venceram apenas nas grandes cidades que rodeiam Lisboa - o chamado "cinto vermelho" que cerca a capital - e na cidade de Coimbra.

Por cidade, os únicos capazes de superar conservadores e socialistas foram os comunistas, que obtiveram a vitória em cinco localidades, embora em 2011 tenham vencido em dez.

Menção à parte merece a elevada taxa de abstenção, que em todo o país bateu um novo recorde ao alcançar 43%, mais de um ponto acima da taxa registrada há quatro anos.

Em quatro das 20 regiões em que Portugal se divide a participação foi inferior inclusive a 50%, incluindo Açores e Madeira, cujo caráter insulano normalmente é atribuído a este fenômeno.

Nas localidades mais rurais do país também foram registradas altas taxas de abstenção, e a mais alta de todas foi no município de Melgaço, em Viana do Castelo, onde ultrapassou os 67%.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEuropaPiigsPortugal

Mais de Mundo

Ucrânia e EUA assinam acordo para exploração de terras raras no país europeu

Cardeais discutem situação financeira da Santa Sé, um dos desafios do novo papa

Trump diz não querer que China sofra com tarifas que impôs ao país

Ucrânia expressa disponibilidade para declarar trégua de até 3 meses