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Pré-candidato à presidência da Colômbia passa por cirurgia e está em estado crítico

O senador Miguel Uribe, de 39 anos, falava com apoiadores na capital quando um atirador o atingiu com dois tiros na cabeça e um no joelho, antes de ser detido

Atentado: pré-candidato Miguel Uribe foi ferido por tiros ( Sebastian Barros/NurPhoto/Getty Images)

Atentado: pré-candidato Miguel Uribe foi ferido por tiros ( Sebastian Barros/NurPhoto/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de junho de 2025 às 10h10.

O pré-candidato presidencial colombiano de direita, Miguel Uribe, que foi baleado durante um evento de campanha em Bogotá passou com sucesso por uma cirurgia, informou o prefeito da cidade neste domingo. Uribe, de 39 anos, falava com apoiadores na capital quando um atirador o atingiu com dois tiros na cabeça e um no joelho, antes de ser detido.

Um segurança conseguiu conter o suspeito do ataque, um menor de idade que se acredita ter 15 anos. Uribe foi levado de helicóptero ao hospital em "estado crítico" e passou por um "procedimento neurocirúrgico" e um "procedimento vascular periférico", confirmou a Clínica Santa Fe em Bogotá.

Ele "superou o primeiro procedimento cirúrgico", disse o prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, à imprensa, acrescentando que o senador havia entrado nas "horas críticas" de recuperação. Sua esposa, em um áudio compartilhado com a imprensa, disse que "ele saiu bem da cirurgia".

"Ele venceu a primeira batalha e venceu bem. Ele está lutando pela vida", é possível ouvi-la dizendo. Imagens do local do atentado mostravam Uribe caído sobre o capô de um carro branco, coberto de sangue, enquanto um grupo de homens tentava contê-lo e estancar o sangramento.

O suspeito foi ferido durante o confronto e estava recebendo atendimento, informou o diretor da polícia, Carlos Fernando Triana. Outras duas pessoas — um homem e uma mulher — também ficaram feridas, e uma arma de fogo do tipo Glock foi apreendida.

“Nossos corações estão partidos, a Colômbia dói,” disse Carolina Gómez, uma empresária de 41 anos, à AFP, enquanto rezava com velas pela saúde de Uribe.

'Dia de dor'

A motivação do ataque ainda não é conhecida publicamente. O ministro da Defesa da Colômbia, Pedro Sánchez, prometeu usar todos os recursos das forças de segurança e ofereceu uma recompensa de cerca de US$ 725.000 por informações sobre os responsáveis pelo atentado.

Em um pronunciamento em vídeo à nação, publicado nas redes sociais, o presidente Gustavo Petro também prometeu investigações para encontrar os autores do que chamou de "dia de dor".

“O que mais importa hoje é que todos os colombianos concentrem a energia dos nossos corações, a nossa vontade de viver... em garantir que o Dr. Miguel Uribe continue vivo.”

Em uma declaração anterior, Petro condenou a violência como “um ataque não apenas contra sua pessoa, mas também contra a democracia, a liberdade de pensamento e o exercício legítimo da política na Colômbia.”

O atentado foi condenado em todo o espectro político e também no exterior. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, classificou o ataque como “uma ameaça direta à democracia.”

No entanto, Rubio também responsabilizou Petro, afirmando que o atentado foi “resultado da retórica violenta de esquerda vinda dos mais altos níveis do governo colombiano.”

“O presidente Petro precisa moderar a retórica inflamada e proteger os funcionários colombianos”, disse o principal diplomata dos EUA.

Uribe, um forte crítico de Petro, é membro do partido Centro Democrático, que anunciou em outubro passado sua intenção de concorrer às eleições presidenciais de 2026.

As autoridades informaram que não havia nenhuma ameaça específica contra o político antes do incidente. Como muitas figuras públicas na Colômbia, Uribe contava com proteção pessoal próxima.

O país abriga vários grupos guerrilheiros armados, cartéis poderosos e tem uma longa história de violência política.

Tiros 'pelas costas'

Uribe é filho de Diana Turbay, uma famosa jornalista colombiana que foi morta após ser sequestrada pelo Cartel de Medellín de Pablo Escobar. Um de seus avôs foi o presidente Julio César Turbay, que governou o país entre 1978 e 1982.

Apoiadores se reuniram do lado de fora do hospital em Bogotá, acendendo velas e segurando crucifixos enquanto rezavam por sua recuperação.

O partido de Uribe declarou em um comunicado no sábado que um “indivíduo armado” havia atirado no senador pelas costas.

O líder do partido, o ex-presidente Álvaro Uribe, descreveu o atentado como um ataque contra “uma esperança para o país.”

Miguel Uribe — que não é parente de Álvaro — é senador desde 2022. Antes disso, foi secretário de governo e vereador de Bogotá.

Ele também concorreu à prefeitura da cidade em 2019, mas perdeu a eleição.

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