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Presidente do Equador diz que o país 'se tornará mais competitivo' com tarifas de Trump

Presidente dos EUA anunciou uma série de tarifas de importação para diversos países nesta quarta-feira, 2 de abril

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 4 de abril de 2025 às 15h24.

Última atualização em 4 de abril de 2025 às 15h30.

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O presidente equatoriano e candidato à reeleição, Daniel Noboa, afirmou nesta sexta-feira que o país sul-americano se tornará “mais competitivo” após o mandatário americano, Donald Trump, aplicar tarifas de 10% sobre produtos importados do Equador pelos Estados Unidos, uma taxa menor do que a anunciada para produtos procedentes de outros países.

“Isso afeta o mundo porque muda um pouco as regras do jogo, mas dentro disso o Equador acabou ficando em uma boa situação”, declarou Noboa em entrevista para uma rádio na cidade de Cuenca.

O mandatário, cujo governo já havia destacado na quarta-feira que as tarifas de 10% eram as mais baixas impostas por Trump, disse que não se tratava apenas disso, mas da comparação com outros países que competem com o Equador.

“No atum enlatado, por exemplo, Vietnã, Tailândia, competem diretamente com o Equador, agora eles têm uma tarifa de 46% ante 10% do Equador, o que torna a indústria pesqueira e os produtores de atum do Equador mais competitivos. O mesmo vale para o camarão, em comparação com Tailândia, Indonésia e Vietnã”, afirmou.

“No caso das bananas, isso coloca os países em pé de igualdade com aqueles que estão ganhando terreno porque não tinham essas tarifas. Há 15 anos, a Guatemala exportava 30 milhões de caixas, hoje exporta 130 milhões porque tinha uma vantagem tarifária em relação ao Equador, e hoje isso foi igualado. Portanto, com tudo isso, o Equador está se tornando mais competitivo”, acrescentou.

Noboa, que até o dia 10 de abril estará realizando exclusivamente atividades relacionadas à campanha para o segundo turno das eleições de 13 de abril, em que enfrentará a candidata correísta Luisa González, também disse que essa medida “desvaloriza um pouco o dólar”, o que “torna o custo de produção, comparado a outras nações, também mais competitivo”.

“Isso significa que o Equador, que sempre teve situações adversas, agora pode ter um tratamento semelhante ou melhor do que nossos concorrentes nas exportações”, declarou.

De acordo com as associações de exportadores, o novo esquema impõe uma taxa tarifária de 10% para produtos equatorianos que atualmente entram com 0%, como bananas, camarões e grãos de cacau. Os demais produtos que já estão sujeitos a tarifas terão um adicional de 10%, que entrará em vigor a partir de 5 de abril.

O governo planeja anunciar nesta sexta-feira, junto com os líderes empresariais do país, sua posição sobre as tarifas impostas pelo presidente dos EUA.

Os EUA são o principal parceiro comercial do Equador e, desde janeiro, consolidaram sua posição como o principal destino das exportações, fora petróleo e minérios, do país sul-americano.

Depois do petróleo, os produtos mais exportados do Equador para os EUA em 2024 foram o camarão, com embarques no valor de US$ 1,546 bilhão; a banana, com US$ 512 milhões; e o cacau e seus derivados, com US$ 484 milhões.

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