Sébastien Lecornu: primeiro-ministro francês deixa o cargo após menos de um mês, intensificando a crise no governo Macron. (STEPHANE MAHE/POOL/AFP)
Repórter
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 06h19.
O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, pediu demissão do cargo nesta segunda-feira, 6, apenas 28 dias após sua nomeação, em 9 de setembro.
Lecornu apresentou sua carta de demissão ao presidente francês, Emmanuel Macron, poucas horas após o anúncio de seu gabinete.
O Palácio do Eliseu emitiu um comunicado informando que Macron aceitou a renúncia. Segundo a EFE, o movimento abre portas para diferentes cenários, incluindo a convocação de eleições antecipadas.
A demissão ocorreu apenas 13 horas após o presidente ter nomeado a composição do governo que Lecornu trabalhava.
Os ministros em exercício cancelaram as agendas que tinham para esta segunda-feira.
O ex-primeiro-ministro havia assumido o cargo após a queda do antecessor, François Bayrou.
A crise no governo francês começou dentro da própria base aliada. O partido conservador Os Republicanos, um dos pilares da coalizão, reclamou da falta de espaço na nova composição do gabinete. O líder do partido, Bruno Retailleau, disse que o grupo esperava ter maior presença no governo e convocou uma reunião para decidir se deixaria a aliança.
A possibilidade de ruptura aumentou a pressão sobre o primeiro-ministro.
Sem o apoio dos Republicanos, o governo perderia qualquer chance de formar maioria no Parlamento, o que tornaria insustentável a permanência de Lecornu no cargo, afirmou a EFE.
Na oposição, o presidente do Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella, pediu que Emmanuel Macron dissolvesse a Assembleia Nacional e convocasse novas eleições. “Não se pode restabelecer a estabilidade sem o regresso às urnas e sem a dissolução da Assembleia Nacional”, afirmou ao chegar à sede do partido, liderado por Marine Le Pen.
A líder da França Insubmissa, Mathilde Panot, disse nas redes sociais que “a contagem regressiva começou” e que “Macron deve sair”.
Ela lembrou que o país já teve “três primeiros-ministros em menos de um ano”.
*Com informações da EFE