Publicado em 28 de abril de 2025 às 08h38.
Última atualização em 28 de abril de 2025 às 09h49.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira, 28, uma trégua na guerra da Ucrânia de 8 a 10 de maio, devido ao 80º aniversário da vitória soviética contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra, mas advertiu que Moscou responderá se Kiev violar o cessar-fogo. O Kremlin reiterou, no entanto, que a Rússia estava pronta para "negociações de paz sem pré-condições, visando remover as causas profundas da crise ucraniana e a cooperação construtiva com parceiros internacionais".
"A partir da meia-noite entre 7 e 8 de maio e até a meia-noite entre 10 e 11 de maio, o lado russo anuncia um cessar-fogo. A Rússia acredita que o lado ucraniano deve seguir este exemplo", disse o Kremlin em um comunicado. "Caso o lado ucraniano viole, as forças armadas russas darão uma resposta adequada e eficaz".
Putin já havia anunciado uma trégua de 19 a 20 de abril para a Páscoa, mas ambos os lados se acusaram mutuamente de violá-la.
O anúncio acontece poucos dias depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter pedido ao líder russo, em uma publicação nas redes sociais, que "PARE!" de bombardear a Ucrânia. No último sábado, durante o funeral do Papa Francisco, Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se encontraram brevemente no Vaticano — o primeiro encontro presencial entre os dois desde que o ucraniano e o vice-presidente dos EUA, JD Vance, protagonizaram uma acalorada discussão no Salão Oval, no final de fevereiro.
O encontro foi bem avaliado por Zelensky. “Foi uma boa reunião. Conversamos bastante pessoalmente. Espero que consigamos resultados em todos os pontos discutidos”, escreveu o presidente nas redes sociais, acrescentando que ambos falaram sobre uma trégua “total e incondicional”. Ele também classificou a reunião como “muito simbólica”, destacando que ela “poderá se tornar histórica se alcançarmos resultados conjuntos”.
A Rússia, no entanto, se recusou a cumprir o cessar-fogo incondicional de 30 dias, acordado pela Ucrânia a pedido do governo Trump no início do mês passado. Mesmo com a recusa da Rússia ao cessar-fogo, o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, afirmou, após se reunir com Putin, que vê um acordo surgindo e acredita que as partes estão "às portas de algo muito importante".
Até o momento, não houve nenhum comentário imediato da Ucrânia sobre a decisão de Putin.
*Com o Globo.