Conclave: reunião entre cardeais para decidir quem será o novo papa começa nesta terça-feira (Filippo MONTEFORTE / AFP/Getty Images)
Repórter
Publicado em 6 de maio de 2025 às 19h23.
Última atualização em 6 de maio de 2025 às 19h44.
O conclave para eleger o sucessor do papa Francisco terá início na quarta-feira, 7. Durante esse processo, os cardeais ficam isolados, sem acesso à comunicação externa.
Para a eleição do novo pontífice, é necessária uma maioria de dois terços dos votos. Com 133 cardeais eleitores, o candidato vencedor precisará de 89 votos.
Além da expectativa sobre o novo pontífice, existem muitas dúvidas entre os católicos sobre a duração do conclave. No entanto, o Vaticano já houve outras reuniões complexas, que demoraram bastante para decidir que seria o novo papa, uma delas chegou a durar três anos.
O conclave de 1268 a 1271, o mais longo da história da Igreja Católica, durou impressionantes 34 meses (1.006 dias), estendendo-se de 29 de novembro de 1268 até 1º de setembro de 1271.
A escolha do novo papa, após a morte de Clemente IV, foi marcada por intensas disputas políticas entre facções francesas e italianas, o que dificultou significativamente o processo. As rivalidades internas entre os cardeais prolongaram ainda mais o impasse.
A situação gerou um clima de crescente pressão e frustração. Os habitantes de Viterbo, cidade onde o conclave acontecia, ficaram tão irritados com a demora que chegaram a retirar o telhado do local onde os cardeais estavam reunidos, tentando forçá-los a tomar uma decisão.
Após um longo período de impasse e pressões externas, a eleição papal culminou com a escolha de Teobaldo Visconti, um não-cardeal que estava em Acre, na Palestina, participando da Nona Cruzada. Ele foi selecionado por um comitê de seis membros e só assumiu oficialmente o papado em 1272, após uma longa viagem até Roma.
Esse conclave não foi apenas histórico pela sua duração, mas também pela intervenção de governantes, como o rei Felipe III, que pressionaram os cardeais a acelerar a escolha. A situação resultou em reformas significativas no processo eleitoral da Igreja.
Uma das principais mudanças foi a implementação de regras mais rigorosas para acelerar a eleição papal, como o isolamento completo dos cardeais durante a votação, uma prática que permanece até hoje. Essas reformas visavam reduzir a interferência externa e garantir maior rapidez nas decisões, moldando o modelo de conclave atual.
A eleição de Gregório X não apenas pôs fim a um período de instabilidade, mas também deixou um legado duradouro ao influenciar profundamente as futuras eleições papais. Seu processo eleitoral, longo e exaustivo, levou à criação de regras mais urgentes e eficientes, que se consolidaram ao longo do tempo.
As pressões políticas e populares durante o conclave de 1268 a 1271 foram determinantes para uma transformação no funcionamento da Igreja, resultando em um processo eleitoral mais rigoroso e controlado. Esse conclave, além de ser notável por sua duração, marcou o início de uma nova era na eleição papal, cujos efeitos perduram até os dias atuais.
O conclave é o processo pelo qual a Igreja Católica escolhe um novo papa, que ocorre após a morte ou renúncia do pontífice anterior.
Durante o conclave, os cardeais eleitores — atualmente limitados a 120 com menos de 80 anos — se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, em total isolamento do mundo exterior. Para que um candidato seja eleito papa, é necessário que ele obtenha pelo menos dois terços dos votos. As votações são secretas e são repetidas até que um candidato atinja esse número. Quando a eleição é concluída, a fumaça branca anuncia ao público a escolha do novo pontífice.
O termo "conclave" vem do latim cum clavis ("com chave"), referindo-se à prática histórica de trancar os cardeais até a eleição de um novo líder.
PARA TER CONTEXTO...