Miguel Uribe: pré-candidato à presidência da Colômbia é uma das principais vozes da direita em seu país (Sebastian Barros/NurPhoto/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 8 de junho de 2025 às 11h39.
Última atualização em 8 de junho de 2025 às 12h33.
Pertencente a uma das famílias mais tradicionais da política colombiana, Miguel Uribe Turbay é atualmente senador e pré-candidato à presidência das eleições de 2026 pelo partido de direita Centro Democrático.
Nascido em 28 de janeiro de 1986, em Bogotá - cidade em que sofreu um atentado neste sábado, 7, - Uribe é formado em Direito pela Universidade de Los Andes. Ele também é mestre em Políticas Públicas pela mesma instituição e em Administração Pública pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Sua família é extremamente conhecida: ele é neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala, que governou o país entre 1978 e 1982, e filho da jornalista Diana Turbay, morta em 1991 após ser sequestrada pelo grupo Los Extraditables, liderado pelo narcotraficante Pablo Escobar - Miguel tinha 4 anos na época, mesma idade de seu filho mais novo.
Sua trajetória política teve início em 2012, aos 25 anos, quando foi eleito vereador de Bogotá pelo Partido Liberal, partido de seu avô e um dos dois partidos do tradicional sistema bipartidário colombiano.
Ao longo de seu mandato de quatro anos, ganhou notoriedade por seu posicionamento crítico em relação ao então prefeito e atual presidente Gustavo Petro, consolidando-se como uma das principais vozes emergentes da direita colombiana.
Anos depois, entre 2016 e 2018, atuou como secretário de Governo da capital colombiana durante a gestão do então prefeito Enrique Peñalosa. Na época, com 30 anos, ele era o Secretário de Governo mais jovem da história de Bogotá, após receber o apoio do então vice-presidente da República Germán Vargas Lleras para ocupar o cargo.
Em 2019, disputou a prefeitura de Bogotá com o apoio de partidos tradicionais, como o Centro Democrático, obtendo mais de 426 mil votos e terminando em quarto lugar, muito atrás dos favoritos, mas muito próximo do terceiro colocado, o candidato de esquerda, Hollman Morris.
Em 2022, foi eleito senador, liderando a lista do Centro Democrático, e tornou-se uma das principais vozes da oposição ao governo de Petro, com um discurso focado na defesa da segurança e das instituições.
Em outubro de 2024, anunciou oficialmente sua pré-candidatura à presidência da Colômbia para as eleições de 2026, consolidando-se como um dos nomes mais relevantes da direita no país.
No sábado, 7 de junho, Uribe foi alvo de um atentado a tiros durante um evento de campanha em Bogotá. O senador falava com apoiadores na capital quando um atirador o atingiu com dois tiros na cabeça e um no joelho, antes de ser detido por um de seus quatro seguranças.
O ataque teria sido cometido por um adolescente de 15 anos, que foi apreendido no local com uma arma de fogo.
Uribe foi levado de helicóptero ao hospital em "estado crítico" e passou por um "procedimento neurocirúrgico" e um "procedimento vascular periférico", confirmou a Fundação Santa Fé em Bogotá.
Ele "superou o primeiro procedimento cirúrgico", disse o prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, à imprensa, acrescentando que o senador havia entrado nas "horas críticas" de recuperação. Sua esposa, em um áudio compartilhado com a imprensa, disse que "ele saiu bem da cirurgia".
"Ele venceu a primeira batalha e venceu bem. Ele está lutando pela vida", é possível ouvi-la dizendo.
Após passar pelos procedimentos, Uribe está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), segundo a Fundação. “O estado do paciente é extremamente grave e o prognóstico é reservado”, escreveram no boletim.
Um prognóstico reservado é quando os médicos não conseguem fazer uma previsão clara sobre a progressão da doença ou condição do paciente.
Imagens do local do atentado mostravam Uribe caído sobre o capô de um carro branco, coberto de sangue, enquanto um grupo de homens tentava contê-lo e estancar o sangramento.
A motivação do ataque ainda não é conhecida publicamente. O ministro da Defesa da Colômbia, Pedro Sánchez, prometeu usar todos os recursos das forças de segurança e ofereceu uma recompensa de cerca de US$ 725.000 por informações sobre os responsáveis pelo atentado.
*Com informações do O Globo