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'Querem nos destruir': Kiev sofre maior ataque russo em meses com mísseis e drones

Kiev foi alvo do maior ataque russo em meses, deixando mortos, feridos e um clima de desespero entre os moradores da cidade

Agência o Globo
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Publicado em 24 de abril de 2025 às 10h46.

Kiev foi atingida na madrugada desta quinta-feira, 24, pelo maior ataque russo em meses, quando Moscou lançou 70 mísseis e 145 drones contra a capital ucraniana. O ataque resultou em pelo menos oito mortes e causou dezenas de feridos, com as autoridades locais ainda trabalhando para localizar possíveis vítimas sob os escombros.

Anna Balamutova, residente do distrito de Sviatyshynsky em Kiev, contou que, durante o ataque, pegou seus filhos e correu para um abrigo. “Foi um milagre termos sido salvos, porque o alarme disparou e descemos imediatamente”, disse ela. Balamutova, que havia deixado sua cidade natal, Pavlogrado, mais a leste, devido à guerra, afirma que, se vivessem mais longe, não teriam conseguido se salvar a tempo.

Destruição e desespero nas ruas de Kiev

A violência da madrugada foi devastadora. Fora de suas casas, moradores tentavam lidar com os danos causados pelas explosões. “Por que a Rússia está fazendo isso? Bom, querem nos destruir, isso é tudo”, disse Olena Davidiuk, uma advogada de 33 anos, que acordou com o barulho das explosões. Ela descreveu a cena de destruição como algo sem explicação para o mundo moderno.

“Eles querem destruir os rapazes na frente, e nós na retaguarda”, afirmou Davidiuk, em referência aos soldados ucranianos e à população civil.

Além dos mortos, mais de 80 pessoas ficaram feridas, de acordo com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. A cidade, que foi bombardeada inúmeras vezes desde o início da guerra, experimentou um ataque com alto número de vítimas, algo raro nos últimos meses.

Resgates e esforços de recuperação

Nos locais dos ataques, os socorristas enfrentam uma difícil tarefa. Muitos edifícios foram destruídos, especialmente blocos de apartamentos soviéticos, onde ainda há pessoas sob os escombros. Uma mulher, com sangue no rosto, segurava seu cão enquanto alertava um socorrista sobre possíveis vítimas enterradas. "A cena é horrível. Não sei como isso pode acontecer no mundo moderno", descreveu Balamutova, que fugiu com seus filhos enquanto as explosões ecoavam ao fundo.

Segundo as autoridades locais, 31 pessoas foram hospitalizadas, incluindo cinco crianças, e um dia de luto foi declarado pela capital. O prefeito Vitali Klitschko informou que a situação de Kiev permanece crítica, com mais resgates sendo realizados enquanto as equipes de emergência buscam por sobreviventes.

A resposta internacional e a visita de Zelenski

O ataque ocorreu enquanto o presidente Zelenski visitava a África do Sul. Após receber a notícia da violência em Kiev, ele anunciou que interromperia sua viagem e retornaria imediatamente para a Ucrânia. "Temos que dar apoio aos nossos cidadãos e continuar nossa luta", afirmou ele em um comunicado.

Moscou, por sua vez, declarou que os objetivos dos bombardeios foram alcançados, afirmando que os alvos eram de natureza militar. A Ucrânia, no entanto, insiste que os ataques têm como alvo civis e infraestrutura não relacionada diretamente ao conflito.

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