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Reino Unido diz que Rússia tem postura irresponsável no caso Skripal

Durante reunião na Opaq, o Reino Unido afirmou que a Rússia ataca a reputação da Opaq com campanha de "desinformação" sobre o caso do ex-espião Skripal

Skripal: embaixador britânico na Opaq afirmou que a Rússia é responsável pelo envenenamento do ex-espião (Peter Nicholls/Reuters)

Skripal: embaixador britânico na Opaq afirmou que a Rússia é responsável pelo envenenamento do ex-espião (Peter Nicholls/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de abril de 2018 às 10h40.

O Reino Unido denunciou nesta quarta-feira o comportamento "irresponsável" da Rússia durante uma reunião confidencial na sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) em Haia sobre o caso do ex-espião russo Serguei Skripal, envenenado na Inglaterra.

A reunião, a portas fechadas, foi convocada pelo Reino Unido depois que os inspetores da OPAQ confirmaram que Skripal e sua filha Yulia foram envenenados em Salisbury no mês de março com um agente nervoso, inoculado segundo o governo britânico de forma líquida e em uma quantidade reduzida.

"O comportamento irresponsável da Rússia viola a proibição mundial de armas químicas e ameaça a segurança mundial", escreveu o embaixador britânico na OPAQ no Twitter, depois de apontar Moscou como "único" responsável pelo envenenamento.

"A Rússia organiza uma campanha de desinformação sem vergonha e ataca a reputação e as competências da OPAQ", criticou a delegação britânica.

Fundada em 1997, a OPAQ supervisiona a aplicação da convenção sobre armas químicas que tem por objetivo eliminar as reservas de armas tóxicas.

"Acreditamos que apenas a Rússia dispõe dos meios técnicos, da experiência operacional e da motivação para atacar os Skripal", insistiu a delegação britânica.

Apesar das acusações, o relatório da OPAQ não revela a substância que provocou o envenenamento e que, segundo o Reino Unido, era um agente neurotóxico do tipo Novichok, desenvolvido na União Soviética nos anos 1970.

A OPAQ tampouco estabeleceu responsabilidades neste caso.

Na carta de convocação, a delegação britânica na OPAQ declarou que desejava "informar os Estados membros" sobre os acontecimentos.

Ao mesmo tempo, uma delegação da OPAQ chegou na terça-feira à cidade síria de Duma para investigar um suposto ataque químico em que teriam falecido mais de 40 pessoas no dia 7 de abril nesta localidade próxima de Damasco, que na data ainda era controlada pelos rebeldes.

Os países ocidentais acusam a Síria - cujo regime é apoiado pela Rússia - pelo ataque, mas duvidam da possibilidade de encontrar provas no local. Damasco nega qualquer responsabilidade.

Após enviar especialistas à Inglaterra, a OPAQ anunciou na quinta-feira passada que as análises de laboratório "confirmam as descobertas do Reino Unido sobre a identidade do agente químico tóxico utilizado em Salisbury" para envenenar Serguei Skripal e sua filha.

Mas a OPAQ não anunciou o nome da substância em questão.

O envenenamento do ex-espião russo provocou uma grave crise diplomática entre a Rússia e os países ocidentais, com direito a maior série de expulsão de diplomatas entre países da história.

Na terça-feira, as operações de limpeza começaram em Salisbury.

A polícia identificou nove pontos, três deles no centro da cidade, para análise, incluindo o pub e o restaurante que os Skripal visitaram em 4 de março antes de serem encontrados inconscientes em um parque.

A maior concentração do agente nervoso foi encontrado na casa do ex-espião.

O estado de Serguei Skripal, 66 anos, melhorou, mas ele permanece internado. Yulia, 33 anos, já recebeu alta.

 

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