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Reino Unido e Portugal devem reconhecer o Estado da Palestina neste domingo

Países acreditam que o reconhecimento do Estado palestino pode contribuir para o fim do conflito

Palestina: países devem reconhecer o Estado da Palestina neste domingo (Omar AL-QATTAA /AFP)

Palestina: países devem reconhecer o Estado da Palestina neste domingo (Omar AL-QATTAA /AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 21 de setembro de 2025 às 09h28.

Última atualização em 21 de setembro de 2025 às 09h30.

Reino Unido e Portugal pretendem reconhecer oficialmente neste domingo (21) o Estado da Palestina, apesar da forte pressão dos Estados Unidos e de Israel, a poucas horas do início, na segunda-feira (22), da Assembleia Geral da ONU.

Nos últimos meses, muitos países tradicionalmente próximos a Israel deram o passo simbólico, à medida que o Exército israelense intensificava a ofensiva na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas em 2023 contra o território israelense.

Vários países confirmarão o reconhecimento formal do Estado da Palestina na segunda-feira, durante uma reunião de cúpula na ONU copresidida pela França e pela Arábia Saudita, que abordará o futuro da solução de dois Estados.

O Reino Unido, aliado histórico de Israel, fará o anúncio neste domingo, segundo a imprensa britânica.

O primeiro-ministro Keir Starmer havia anunciado em julho que o país reconheceria um Estado palestino na Assembleia Geral da ONU, a menos que Israel cumprisse uma série de compromissos, incluindo um cessar-fogo em Gaza.

"O primeiro-ministro anunciará sua decisão mais tarde, analisando se estas condições foram cumpridas", disse o vice-primeiro-ministro David Lammy à emissora BBC.

Desde julho, "com o ataque (de Israel) no Catar, a ideia de um cessar-fogo foi destruída e as perspectivas são sombrias", acrescentou Lammy em uma entrevista à Sky News.

Starmer acredita que o reconhecimento do Estado palestino poderia contribuir para um verdadeiro processo de paz. Em resposta, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu o acusou de recompensar o "terrorismo monstruoso".

"Fomos muito claros: o Hamas é uma organização terrorista e não pode ter nenhum papel (...) deve libertar os reféns israelenses", insistiu o vice-primeiro-ministro.

Em Portugal, o Ministério das Relações Exteriores confirmou na sexta-feira que o país "reconhecerá o Estado da Palestina" neste domingo.

Em julho, o governo de Lisboa anunciou a medida levando em consideração, entre outros fatores, "a evolução extremamente preocupante do conflito, tanto no plano humanitário como pelas reiteradas referências a uma possível anexação de territórios palestinos".

Expansão na Cisjordânia

O vice-primeiro-ministro britânico, que representará o Reino Unido na Assembleia Geral da ONU, também denunciou a expansão da colonização nos territórios palestinos, em particular o projeto conhecido como E1.

O plano, aprovado pelo governo israelense, pretende construir 3.400 residências na Cisjordânia e foi criticado pela ONU porque dividiria o território palestino em dois.

"Devemos manter viva a perspectiva de uma solução de dois Estados, atualmente em perigo, não apenas pelo conflito em Gaza, mas também pela violência e pela expansão da colonização", declarou Lammy.

O governo dos Estados Unidos, aliado incondicional de Israel, criticou a iniciativa franco-saudita.

Durante uma visita de Estado esta semana ao Reino Unido, o presidente Donald Trump expressou oposição à decisão britânica durante uma entrevista coletiva conjunta com Starmer.

Quase 75% dos 193 países membros da ONU reconhecem o Estado palestino, proclamado em 1988 pela liderança palestina no exílio.

Os novos reconhecimentos acontecem poucos dias após Israel iniciar uma ampla ofensiva militar terrestre e aérea na Cidade de Gaza, no norte do território palestino, com objetivo declarado de aniquilar o Hamas.

Na terça-feira, uma comissão de investigação independente da ONU concluiu que Israel comete genocídio contra os palestinos em Gaza, o que o governo israelense nega.

O ataque de 7 de outubro de 2023 do Hamas contra Israel matou 1.219 pessoas, a maioria civis, segundo dados oficiais.

Segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza, as ações de represália israelenses mataram mais de 65.062 palestinos, a maioria civis, na Faixa de Gaza, onde o movimento islamista tomou o poder em 2007.

Neste domingo, o Exército israelense anunciou que dois projéteis foram lançados do norte de Gaza contra o país: um foi interceptado e o outro caiu no sul de Israel, sem provocar vítimas.

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