Mundo

Relatório da Anistia Internacional é inexato, diz Egito

Relatório da Anistia Internacional (AI) considera que a repressão segue no Egito três anos depois da revolução


	Militares no Egito: governo egípcio considerou que a Anistia tem "pouca capacidade" para entender a realidade
 (Muhammad Hamed/Reuters)

Militares no Egito: governo egípcio considerou que a Anistia tem "pouca capacidade" para entender a realidade (Muhammad Hamed/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 12h55.

Cairo - O Governo egípcio afirmou nesta quinta-feira que o relatório da Anistia Internacional (AI), que considera que a repressão segue no Egito três anos depois da revolução, é "inexato" e "reflete sua incapacidade de compreender a realidade".

O assistente do Ministério egípcio de Relações Exteriores para Assuntos das Organizações Multilaterais e a Segurança Internacional, Hisham Badr, disse em comunicado que se trata de um relatório "desequilibrado e inexato, e reflete o desprezo de organizações internacionais como a AI".

O Governo egípcio considerou que a Anistia tem "pouca capacidade" para entender a realidade, a evolução e os desafios que o povo egípcio enfrenta, assim como a luta nacional contra o terrorismo e a violência que enfrenta.

No entanto, o Governo reconheceu a "existências de alguns erros individuais de vez em quando".

Além disso, a "ampla participação" no referendo constitucional, realizado em 14 e 15 de janeiro, reflete o desejo do povo egípcio de "passar página", esperando com "interesse" o estabelecimento de um sistema democrático sólido.

"O Governo tem interesse em levar em conta o respeito dos direitos humanos no contexto da luta contra a delinquência, a violência e o terrorismo em seu afã de conseguir a segurança dos cidadãos", apontou Badr.

O ajudante das Relações Exteriores destacou que a nova Constituição protege a liberdade de opinião e expressão, e obriga que o Estado a proteja o direito de manifestação e de reunião pacífica.

A Anistia assegurou hoje que as autoridades egípcias estão reprimindo a dissidência e pisoteando os direitos humanos de um modo "sem precedentes", e que o cumprimento das reivindicações da revolução de 2011 é cada vez mais distante.

No relatório, publicado por conta do terceiro aniversário do começo da revolta de 25 de janeiro de 2011, a AI lamenta que o Governo tenha "reprimido" a liberdade de expressão e as manifestações, introduzido "uma legislação repressiva" e dado carta branca para polícia para "atuar acima da lei".

A organização considera que "a repressão mais flagrante foi a da liberdade de expressão e reunião", e lembra a polêmica lei que restringe os protestos e foi aprovada em novembro.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDireitos HumanosEgitoViolência política

Mais de Mundo

Itamaraty confirma morte de brasileiro em atropelamento em Vancouver

Trump quer baixar imposto de renda com dinheiro do tarifaço, mas economistas alertam para riscos

Empresas de gás dizem que não podem cumprir veto de Trump a navios chineses

Índia realiza teste de mísseis em meio a crise com o Paquistão por tensões na Caxemira